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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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812 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

o Neolítico têm tantos pontos em comum que, por vezes, pergunta -se se essa<br />

cultura não seria uma simples variante local do Tasiense neolítico. O estudo<br />

dos esqueletos revela que os homens do Ba<strong>da</strong>riense do <strong>Pré</strong> -Dinástico Primitivo<br />

eram fisicamente muito semelhantes aos egípcios que vivem atualmente na<br />

mesma região. As populações continuavam a viver em choupanas de forma<br />

oval, um pouco mais confortáveis do que as <strong>da</strong> época anterior; já usavam<br />

esteiras trança<strong>da</strong>s, almofa<strong>da</strong>s de couro e até camas de madeira. O culto aos<br />

mortos desenvolve -se; o cadáver é isolado em uma câmara de madeira, dentro<br />

<strong>da</strong> sepultura oval, e cercado de mobília funerária, alimento, vasos e objetos de<br />

uso diário. Como os neolíticos do Tasiense, os ba<strong>da</strong>rienses cultivam e tecem o<br />

linho, e além disso utilizam o couro obtido pela caça e pela criação. Praticam,<br />

portanto, uma economia mista; criação e agricultura são ain<strong>da</strong> suplementa<strong>da</strong>s<br />

pela caça e pela pesca. Continuam a fabricar vasos vermelhos com bordos pretos<br />

e excelente cerâmica vermelha finamente poli<strong>da</strong>. A descoberta do esmalte torna<br />

possível aos artesãos a fabricação de contas de adorno de um azul intenso. O<br />

material para a pintura dos olhos é pulverizado sobre paletas de xisto, algumas<br />

<strong>da</strong>s quais são decora<strong>da</strong>s, assim como pentes de marfim. Dessa forma, a arte<br />

surge gra<strong>da</strong>tivamente.<br />

<strong>Pré</strong> ‑Dinástico Primitivo [= Faiumiense A]. A cama<strong>da</strong> mais recente de<br />

Merinde -Beni -Salame poderia também pertencer a esse <strong>Pré</strong> -Dinástico Primitivo<br />

que é conhecido no grupo do Norte graças aos sítios do Faium -A 28 . Como no<br />

Ba<strong>da</strong>riense, o sílex é empregado em escala muito maior do que o metal na<br />

fabricação de utensílios. Os cera mistas do Faium -B produzem maior varie<strong>da</strong>de<br />

de formas de vasos que os do Ba<strong>da</strong>riense, mas sua técnica é menos aperfeiçoa<strong>da</strong>.<br />

É certo que o artesão do norte revelou -se novamente superior, modelando<br />

belíssimas vasilhas e vasos de pedra, principalmente de xisto preto. Mas, em<br />

geral, os dois grupos praticamente não se distinguiam, ca<strong>da</strong> qual representando<br />

apenas a evolução normal <strong>da</strong> cultura neolítica que o precedeu na região. Na<strong>da</strong><br />

indica que tenha havido, em qualquer dos grupos, diferenças apreciáveis entre<br />

os membros <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de. Em particular, não parece ter existido, dentro <strong>da</strong><br />

coletivi<strong>da</strong>de, elementos sensivelmente mais ricos do que outros. Tudo transcorre<br />

como se houvesse igual<strong>da</strong>de social entre os diversos membros <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de,<br />

independentemente de i<strong>da</strong>de ou sexo. Essa conclusão baseia -se, naturalmente,<br />

na suposição de que as necrópoles conheci<strong>da</strong>s e pesquisa<strong>da</strong>s arqueologicamente<br />

pertenceram à totali<strong>da</strong>de do grupo humano em questão; em outras palavras,<br />

28 G. CATON -THOMPSON e E. W. GARDNER, 1934.

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