29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

98 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

textos chamaram a atenção dos especialistas africanistas e orientalistas, como<br />

Delafosse, Cerulli 44 , Kramers 45 e Mauny 46 .<br />

Fontes jurídicas e religiosas<br />

Os tratados de direito e as viagens hagiográficas de Tabakat, desde a<br />

Mu<strong>da</strong>wwana de Sahnun até os tratados caridjitas constituem rico manancial<br />

de informações sobre o Magreb; alguns são utilizáveis para a região saariana<br />

de contato com a <strong>África</strong> negra. A crônica sobre os imãs rustêmi<strong>da</strong>s de Taher,<br />

de Ibn al -Saghir (início do século X) 47 , permite -nos afirmar a existência,<br />

a partir do fim do século VIII, de relações comerciais entre o principado<br />

ibadita e Gao. Permite -nos, também, completa<strong>da</strong> por compilações posteriores,<br />

tais como as Siyar de al -Wisyani, identificar a ocorrência desse comércio em<br />

to<strong>da</strong> a orla saariana <strong>da</strong> <strong>África</strong> do Norte. Mas essas fontes hagiográficas só<br />

fornecem informações de maneira alusiva; devem ser li<strong>da</strong>s de acordo com<br />

uma problemática prefixa<strong>da</strong> e constantemente compara<strong>da</strong>s com outros tipos<br />

de fontes. Não autorizam, em nossa opinião, construções e deduções ousa<strong>da</strong>s,<br />

como a que propõe Lewicki.<br />

A segun<strong>da</strong> i<strong>da</strong>de islâmica (1050 ‑1450)<br />

O que caracteriza esse longo período é a riqueza, a quali<strong>da</strong>de e a varie<strong>da</strong>de<br />

de nossa informação. As fontes arquivísticas, sempre secundárias em relação<br />

aos documentos “literários” escritos, são, contudo, importantes: documentos <strong>da</strong><br />

Geniza, cartas almorávi<strong>da</strong>s e almoa<strong>da</strong>s, registros de Waqf, fatwas, documentos<br />

italianos, peças oficiais intercala<strong>da</strong>s nas grandes compilações. Os cronistas<br />

produzem obras de primeira ordem, que valem tanto pela observação dos<br />

fatos a eles contemporâneos como pela reprodução de antigas fontes perdi<strong>da</strong>s.<br />

Finalmente, no que se refere à <strong>África</strong> negra, nosso conhecimento atinge seu<br />

ponto máximo, enquanto com os manuscritos etíopes surgem novos documentos<br />

africanos.<br />

44 Documenti arabi per la storia dell Ethiopia, 1931.<br />

45 Djughrafiya, Enciclopédia do Islã; L’Erythrée décrite <strong>da</strong>ns une source arabe du Xe siècle, Atti dei XIX Congresso<br />

degli Orientalisti, Roma, 1938.<br />

46 O primeiro capítulo de seu Tableau é um inventário sistemático <strong>da</strong>s fontes geográficas.<br />

47 Publica<strong>da</strong> nas Actes du XIVe Congrès international des orientalistes (3a parte), 1908, e estu<strong>da</strong><strong>da</strong> por T.<br />

LEWICKI, 1971, v. 13, p. 119 e segs.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!