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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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As fontes escritas a partir do século XV<br />

em que se podem encontrar <strong>da</strong>dos linguísticos. A partir dos primeiros contatos com<br />

a <strong>África</strong>, os viajantes europeus passaram a acrescentar, como atitude de bom -tom,<br />

às suas narrativas de viagens e outros relatórios, listas mais ou menos longas de<br />

palavras nas línguas locais. Os mais antigos vocabulários <strong>da</strong>tam do século XV, e, até<br />

o século XIX, raramente encontramos um livro sobre a <strong>África</strong> sem esse suplemento,<br />

às vezes até acompanhado por uma breve gramática. Embora a ortografia quase<br />

nunca seja sistemática, não é difícil identificar as palavras e línguas. A publicação<br />

mais notável desse tipo é a grande coletânea publica<strong>da</strong> por Koelle, de vocabulários<br />

de 160 línguas aproxima<strong>da</strong>mente 118 . Curtin, Vansina e Hair 119 demonstraram que<br />

o valor <strong>da</strong> obra é mais que linguístico. Especialmente favorecido nesse aspecto é<br />

o antigo Reino do Congo: trabalhos que tratam do Kicongo têm sido publicados<br />

desde o século XVII – uma gramática de Brusciotto (1659) e um dicionário de<br />

de Gheel (morto em 1652) 120 . Além dessas obras impressas, existem outras em<br />

várias bibliotecas e arquivos (Vaticano, British Museum, Besançon, etc.). Seu valor<br />

documental para os historiadores é maior que o <strong>da</strong>s listas de palavras, pois são mais<br />

completas, permitindo um estudo diacrônico <strong>da</strong> nomenclatura social e cultural 121 .<br />

Fontes escritas, narrativas e arquivísticas, nas línguas africanas, orientais<br />

ou européias, representam um conjunto imensamente rico de material para a<br />

história <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Embora abun<strong>da</strong>ntes, os documentos de todo tipo, registros,<br />

livros e relatórios conhecidos constituem, muito provavelmente, apenas um<br />

fragmento do material existente. Dentro e fora <strong>da</strong> <strong>África</strong> devem existir inúmeros<br />

lugares que ain<strong>da</strong> não foram explorados do ponto de vista de fontes possíveis <strong>da</strong><br />

história <strong>da</strong>quele continente. Essas regiões inexplora<strong>da</strong>s constituem ver<strong>da</strong>deiros<br />

“espaços em branco” no mapa do nosso conhecimento <strong>da</strong>s fontes <strong>da</strong> história<br />

africana. Quanto mais cedo eles desaparecerem, mais rico será o quadro que<br />

podemos traçar do passado africano.<br />

118 KOELLE, S. W. 1854, reed. GRAZ, 1963.<br />

119 CURTIN, P. D. e VANSINA, J.1964; HAIR, P. E. H. 1965.<br />

120 Regulae quae<strong>da</strong>m pro difficillimi Congenius idiomatis faciliori captu ad Grammatica normam, re<strong>da</strong>ctae A. F.<br />

Hyacintho Brusciotto, Roma, 1659; WING, J. van, e PENDERS, C. Le plus ancien dictionnaire Bantu.<br />

Vocabularium P. Georgii Gelensis, Louvain, 1928.<br />

121 A gramática de Brusciotto foi estu<strong>da</strong><strong>da</strong> com esses objetivos por D. A. OLDEROGGE, no seu instrutivo<br />

artigo “Sistema rodstva Bakongo v. XVII” (Sistema de parentesco Bakongo no século XVII), in:<br />

Afrikanskiy etnograficheskiy sbornik III, Moscou, 1959.<br />

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