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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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638 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

o Ateriense, do homem desta última civilização, <strong>da</strong> passagem do Ateriense ao<br />

Iberomaurusiense, <strong>da</strong> estratigrafia do Capsiense, dos estágios de neolitização.<br />

A pesquisa pré -histórica forneceu <strong>da</strong>dos importantes ao conhecimento do<br />

Quaternário no que diz respeito à estratigrafia e à paleontologia. Permitiu o<br />

estabelecimento de uma tipologia cujo alcance ultrapassa os limites do Magreb.<br />

Deve adotar de agora em diante uma óptica paleoetnológica: passar do “homem<br />

e seu meio” ao “homem em seu meio”.<br />

As mais antigas indústrias humanas: o “<strong>Pré</strong> ‑Acheulense”<br />

Não há falta de testemunhos, mas qualquer interpretação além <strong>da</strong> tipológica<br />

é delica<strong>da</strong>. Baseia -se na estratigrafia do Quaternário litoral do Marrocos<br />

(Biberson), na paleontologia animal <strong>da</strong> Argélia (Ain Hanech, perto de Sétif,<br />

escavações feitas por C. Arambourg) e <strong>da</strong> Tunísia (Ain Brimba, perto de Kebili),<br />

e unicamente na tipologia do Saara (Reggan, In Afaleleh, etc.). Ligações mais ou<br />

menos frágeis podem ser estabeleci<strong>da</strong>s entre as jazi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Tanzânia, do Quênia<br />

e <strong>da</strong> Etiópia. Dizemos frágeis porque somente o litoral atlântico do Marrocos<br />

permitiu o estabelecimento de uma evolução dos “seixos lascados” nas bases<br />

utiliza<strong>da</strong>s por P. Biberson e que são parcialmente contesta<strong>da</strong>s; porque a fauna<br />

não é necessariamente contemporânea; porque há presença arqueológica de um<br />

lado e estrutura arqueológica de outro; porque os métodos de análise tipológica<br />

são diferentes na <strong>África</strong> “de língua francesa” e de “língua inglesa”, etc.<br />

Atualmente não parece verossímil que a presença de hominídeos no Magreb<br />

e no Saara seja tão antiga quanto na <strong>África</strong> oriental e meridional. Ain<strong>da</strong> não<br />

foram identifica<strong>da</strong>s as indústrias sobre lascas que precederam os seixos lascados.<br />

Não há traços de uma osteodontokeratic culture, nem restos de australopitecos.<br />

Entretanto, acreditamos que os seixos lascados do Marrocos, <strong>da</strong> Argélia e do<br />

Saara façam parte de uma cronologia paralela à de Olduvai, isto é, entre 2 e 1<br />

milhão de anos (2,5 milhões se considerarmos o seixo com lascamento bifacial<br />

do Omo).<br />

As investigações concentraram -se, sem dúvi<strong>da</strong>, numa correlação<br />

cronoestratigrafia/evolução tipológica, que resultou no estabelecimento de listas<br />

tipológicas com implicações cronológicas testa<strong>da</strong>s pelo trabalho de P. Biberson no<br />

Marrocos, H. Hugot e L. Ramendo no Saara central, H. Alimen e J. Chavaillon<br />

no Saara ocidental. A análise é basea<strong>da</strong> nas características técnicas cuja repetição<br />

criou formas sistemáticas. A classificação procede do simples ao complexo –<br />

lascamento unifacial, bifacial, poliédrico – e corresponde, provavelmente, a uma

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