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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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As fontes escritas anteriores ao século XV<br />

Sa’id, por exemplo, tão interessante para o Sudão 56 . Os Masalik e Namalik 57 , de<br />

Bakri, representam “o apogeu” de nosso conhecimento geográfico do Magreb e do<br />

Sudão. O próprio Bakri não viajou nessas regiões, mas utilizou inteligentemente<br />

as notas de al -Warraq, hoje perdi<strong>da</strong>s, assim como informações de mercadores<br />

e viajantes.<br />

O Livro de Roger de al -Idrisi (1154), no prelo na Itália, toma emprestado<br />

muita coisa de seus predecessores. Confusa quando trata <strong>da</strong> Etiópia, sua<br />

descrição torna -se mais precisa para a <strong>África</strong> ocidental. Mas, aqui e ali, aparece<br />

uma observação original, às vezes preciosa.<br />

A Geografia de Ibn Sa’id al -Gharnata (antes de 1288) utiliza -se de Idrisi<br />

em sua descrição <strong>da</strong> Etiópia, embora traga, também, informações novas. Mas<br />

seu interesse principal deve -se à descrição que faz do Sudão, amplamente<br />

basea<strong>da</strong> nos documentos escritos por um viajante do século XII: Ibn Fatima. A<br />

obra capital do século XIV para o historiador <strong>da</strong> <strong>África</strong> negra é a de al’Umari:<br />

Masalik al ‑Absar 58 . Testemunho de um observador de primeira ordem, ela é<br />

nossa principal fonte para o estudo do reino do Mali, em sua organização interna<br />

e em suas relações com o Egito e o Islã. Mas é também o relatório árabe mais<br />

rico que temos sobre os Estados muçulmanos <strong>da</strong> Abissínia no século XIV. A<br />

obra de al’Umari apresenta, além do interesse de sua descrição, o problema do<br />

aparecimento do Estado no Sudão e o <strong>da</strong> islamização, como fazia, três séculos<br />

antes, al -Bakri relativamente ao problema do grande comércio de ouro. Este<br />

último autor evoca a profundeza dos laços entre o Magreb e o Sudão; o primeiro<br />

sugere o deslocamento desses laços para o Egito.<br />

A obra de Umari é completa<strong>da</strong> por outra, de um observador direto <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de su<strong>da</strong>nesa e magrebiana: Ibn Battuta.<br />

Mas os geógrafos menores e autores de narrativas de viagens são numerosos<br />

e devem, de qualquer modo, ser consultados. Citemos: al -Zuhri (século XII),<br />

Yakut, al -Dimashki (século XIV), a geografia dita Mozhaferiana, Ibn Jubayr,<br />

al -Bagh<strong>da</strong>di, Ab<strong>da</strong>ri, Tijani, al -Balawi, al -Himyari.<br />

c) Fontes de inspiração religiosa e literária: as fontes religiosas provêm de vários<br />

horizontes. Notemos as obras de Tabakat e de hagiógrafos sunitas, caridjitas,<br />

marabúticos e mesmo cristãos (originários <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de copta). Citemos<br />

56 Para uma relação completa dos geógrafos, ver L. KUBBEL e V. V. MATVEÏV, juntamente com o<br />

primeiro capítulo de R. MAUNY, 1961; pela nota de T. LEWICKI, 1971; e a introdução <strong>da</strong> tese de A.<br />

MIQUEL, 1967.<br />

57 Publicado e traduzido por DE SLANE sob o título Description de l’Afrique septentrionale, Paris, 1911.<br />

58 Parcialmente traduzido por M. GAUDEFROY -DEMOMBYNES sob o título: L’Afrique moins l’Egypte,<br />

Paris, 1927.<br />

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