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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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118 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Fontes narrativas externas<br />

Se o período entre os séculos IX e XV chega a ser chamado “era <strong>da</strong>s fontes<br />

árabes” devido à predominância de material nessa língua, o período em estudo<br />

é marcado por um nítido declínio nesse aspecto. As razões para essa mu<strong>da</strong>nça<br />

estão liga<strong>da</strong>s ao desenvolvimento político e cultural geral do mundo islâmico, que<br />

serão discuti<strong>da</strong>s mais apropria<strong>da</strong>mente num volume posterior. Isso, no entanto,<br />

não significa que não haja fontes árabes, mas que seu número e quali<strong>da</strong>de, com<br />

algumas exceções, não podem ser comparados nem com o período anterior nem<br />

com fontes de outras origens.<br />

Em árabe e em outras línguas orientais<br />

Embora o trabalho de Leão, o Africano (conhecido originalmente como<br />

al -Hasan al -Wuzzan el -Zayyati), tenha sido escrito em italiano, tem procedência<br />

na tradição geográfica árabe; além disso, as viagens de Leão, o Africano, no<br />

Sudão ocidental e central no início do século XVI foram realiza<strong>da</strong>s antes de<br />

sua conversão ao cristianismo e retiro na Itália, consequentemente como árabe<br />

e muçulmano. O trabalho não está isento de erros, tanto geográficos como<br />

históricos; to<strong>da</strong>via foi que supriu a Europa por quase três séculos com seu único<br />

ver<strong>da</strong>deiro conhecimento do interior <strong>da</strong> <strong>África</strong> 55 .<br />

Uma fonte de particular interesse é representa<strong>da</strong> pelas obras sobre navegação<br />

de Ahmad Ibn Majid (início do século XVI), o piloto que conduziu Vasco <strong>da</strong><br />

Gama do Malindi até a Índia. Entre seus numerosos livros sobre teoria e prática<br />

<strong>da</strong> navegação, o que trata <strong>da</strong> costa leste <strong>da</strong> <strong>África</strong> é o mais importante, já que<br />

contém, além de uma vasta quanti<strong>da</strong>de de material topográfico e um mapa <strong>da</strong>s<br />

rotas marítimas, opiniões categóricas sobre os portugueses no oceano Índico 56 .<br />

Alguns detalhes originais sobre a <strong>África</strong> oriental e o Zanj são encontrados na<br />

Crônica <strong>da</strong> Fortaleza de Aden, escrita por Abu Makhrama (morto em 1540) 57 . Há<br />

uma crônica mais recente, que trata <strong>da</strong> mesma região, de Salil Ibn Raziq (morto<br />

55 Publicado primeiramente em Roma, 1550; a melhor tradução moderna é de Jean -Léon, o Africano,<br />

Description de l’Afrique, de A. EPAULARD, com anotações de A. EPAULARD, T. MONOD, H.<br />

LHOTE e R. MAUNY, 2 v., Paris, 1956.<br />

56 SHUMOVSKIY, T. A. Tri neizvestnye lotsli Akhma<strong>da</strong> ibn Maji<strong>da</strong> (Três livros desconhecidos de pilotagem,<br />

de A. Ibn M.), Moscou, 1937.<br />

57 Publicado por LOFGREN, O. Arabische Texte zur Kenntnis des Stadt Aden im Mittelalter, 3 v., Leipzig-<br />

-Upsala, 1936 -1950.

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