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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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348 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

a estrutura em dobras e bacias, tão comum na <strong>África</strong>. No período Terciário,<br />

durante o paroxismo <strong>da</strong> orogênese alpina, movimentos verticais mais violentos<br />

provocaram grandes fraturas na <strong>África</strong> oriental. Estas fraturas formam grandes<br />

fen<strong>da</strong>s submeridianas emoldura<strong>da</strong>s por falhas, os rift valleys. Por vezes, fazem-<br />

-se acompanhar de derramamentos vulcânicos que dão origem às mais sóli<strong>da</strong>s<br />

elevações, como o Monte Kilimandjaro, coroado por uma geleira que culmina<br />

a 6000 m. A oeste as fraturas são menos importantes, mas a existente no fundo<br />

do golfo <strong>da</strong> Guiné manifestou uma intensa ativi<strong>da</strong>de vulcânica, cujo imponente<br />

testemunho é o monte Camarões (4070 m).<br />

Influências paleoclimáticas<br />

O continente africano foi afetado por longas fases de erosão consecutivas<br />

aos movimentos orogenéticos, aparentemente bastante lentos em to<strong>da</strong>s as<br />

eras geológicas. Assim, as fases de estabilização fizeram -se acompanhar por<br />

retoma<strong>da</strong>s de erosão, o que resultou na formação de vastas superfícies aplaina<strong>da</strong>s,<br />

Nesse processo de evolução <strong>da</strong>s formas do relevo, o fator mais importante foram<br />

as variações climáticas, <strong>da</strong>s quais as mais notáveis ocorreram no Quaternário.<br />

A alternância de climas úmidos e semi -áridos traduziu -se por fases de<br />

alteração <strong>da</strong>s rochas e de erosão linear ou em lençol. Desse modo, as áreas<br />

baixas foram preenchi<strong>da</strong>s e as rochas duras tornaram -se salientes, formando<br />

com frequência elevações isola<strong>da</strong>s que emergem abruptamente <strong>da</strong>s superfícies<br />

aplaina<strong>da</strong>s. Esses inselbergues são muito comuns nas regiões ao sul do Saara.<br />

No Quaternário, as mu<strong>da</strong>nças climáticas e variações no nível do mar foram<br />

acompanha<strong>da</strong>s de importantes ajustamentos no dispositivo estratificado do<br />

modelado africano produzido por ciclos sucessivos de desnu<strong>da</strong>ção e acumulação<br />

durante os períodos anteriores. Os paleoclimas são responsáveis pela existência<br />

do Saara, onde a presença de numerosos vestígios líticos e de fósseis de uma<br />

fauna do tipo equatorial prova que em tempos remotos houve um clima úmido<br />

favorável à fixação do homem. Mas, durante o Quaternário, a extensão <strong>da</strong>s<br />

zonas climáticas atuais, tanto para o norte quanto para o sul, foi consequência<br />

do aumento ou diminuição <strong>da</strong>s chuvas. Dessa forma, os períodos pluviais<br />

aumentaram consideravelmente a proporção <strong>da</strong> superfície total do continente<br />

favorável à vi<strong>da</strong> humana. Os períodos áridos, por outro lado, favoreceram a<br />

extensão de superfícies desérticas para além de seus limites atuais, tornando o<br />

Saara um hiato climático entre o Mediterrâneo e o mundo tropical. No entanto<br />

esse deserto, que cobre aproxima<strong>da</strong>mente um terço do continente e se estende<br />

por cerca de 15 o de latitude, nunca constituiu uma barreira absoluta entre o

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