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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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346 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

o sul <strong>da</strong> Ásia e a Austrália. Este continente, Gonduana, seria a manifestação<br />

dos primeiros esforços orogênicos <strong>da</strong> crosta terrestre que deram origem a<br />

grandes cordilheiras, orienta<strong>da</strong>s geralmente na direção sudoeste -nordeste. Estes<br />

dobramentos, fortemente desgastados por longa denu<strong>da</strong>ção, foram reduzidos a<br />

peneplanos, cujos maiores exemplares são encontrados na <strong>África</strong>.<br />

Originali<strong>da</strong>de geológica <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

A originali<strong>da</strong>de do continente africano é atesta<strong>da</strong>, primeiramente, pela<br />

extensão excepcional do embasamento pré -cambriano, que ocupa a maior<br />

parte <strong>da</strong> superfície. Ora na forma de afloramentos, que cobrem um terço do<br />

continente, ora coberto por uma cama<strong>da</strong> de espessura variável de sedimentos<br />

ou de material vulcânico, este embasamento compreende rochas metamórficas<br />

(xisto, quartzito, gnaisse) e rochas cristalinas (granito) muito antigas e de grande<br />

rigidez. Com exceção do sistema alpino do Magreb e <strong>da</strong>s dobras hercinianas<br />

do Cabo e do sul do Atlas, o conjunto <strong>da</strong> <strong>África</strong> e Ma<strong>da</strong>gáscar formam<br />

uma plataforma antiga e estável, constituí<strong>da</strong> por um escudo que não sofreu<br />

dobramentos apreciáveis desde o <strong>Pré</strong> -Cambriano. Sobre o pedestal, arrasado<br />

por uma longa erosão, depositaram -se em discordância formações sedimentares<br />

dispostas em cama<strong>da</strong>s suborizontais de i<strong>da</strong>des varia<strong>da</strong>s, desde o começo do<br />

período Primário até o Quaternário. Essas séries sedimentares, compostas de<br />

material grosseiro e geralmente arenoso, são de natureza mais continental que<br />

marinha, pois as transgressões marinhas só recobriram o pedestal temporária e<br />

parcialmente. Na <strong>África</strong> ocidental os arenitos primários formam uma auréola<br />

no interior dos afloramentos <strong>da</strong> plataforma pré -cambriana. Na <strong>África</strong> austral,<br />

grandes depósitos permotriássicos continentais constituem o sistema do Karroo,<br />

no qual as séries de arenitos atingem 7000 metros de espessura. Ao norte do<br />

continente, particularmente no Saara oriental e na Núbia, os arenitos jurássicos<br />

e cretáceos são “continentais intercalados”. No período Secundário, porém, as<br />

séries marinhas acumularam -se do Jurássico ao Eoceno nas regiões costeiras e<br />

nas bacias interiores. Podem ser observa<strong>da</strong>s nos golfos do Senegal -Mauritânia,<br />

Benin, Gabão e Angola, na bacia do Chade e nas planícies costeiras <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

oriental, <strong>da</strong> Somália a Moçambique. A partir do Eoceno, os depósitos fluviais e<br />

eólicos do “continental terminal” acumularam -se nas grandes bacias interiores <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong>. To<strong>da</strong>s estas séries de cama<strong>da</strong>s, que repousam sobre o rígido embasamento,<br />

não foram afeta<strong>da</strong>s pelos dobramentos, mas sim por deformações de grande<br />

raio de curvatura que ocorreram desde o Primário até uma era mais recente.<br />

Os soerguimentos em molhe e afun<strong>da</strong>mentos de grande amplitude explicam

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