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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> austral<br />

mesmo no passado, como indicam os vestígios atuais, todos esses diferentes tipos<br />

de vegetação poderiam ser explorados não muito longe dos locais de habitação.<br />

Nas áreas em que a fauna foi preserva<strong>da</strong>, nota -se que havia uma predileção por<br />

animais de grande porte, como elefantes, hipopótamos, girafas, grandes bovídeos<br />

e Equus; mas também aparecem restos de pequenos bovídeos, suínos, etc.<br />

Uma grande varie<strong>da</strong>de de matérias -primas foi usa<strong>da</strong> na fabricação de<br />

utensílios de pedra, dependendo do material disponível no local. Isso demonstra<br />

que o homem do Acheulense possuía grande versatili<strong>da</strong>de e habili<strong>da</strong>de para<br />

lascar muitas rochas usando percutores duros e moles, e para fabricar utensílios<br />

bem talhados e refinados. Demonstra também sua habili<strong>da</strong>de em selecionar,<br />

entre as diversas técnicas, a mais adequa<strong>da</strong> ao material que estava sendo usado.<br />

Nas áreas onde grandes seixos de sílex ou quartzito constituíam a matéria-<br />

-prima, eles faziam os bifaces lascando diretamente o seixo. No entanto, quando<br />

era necessário usar blocos de pedra maiores, desenvolveram vários métodos<br />

engenhosos 7 preparavam e lascavam um núcleo de tamanho considerável a fim<br />

de obter grandes lascas, com as quais eram feitos os bifaces e as machadinhas.<br />

No sul <strong>da</strong> <strong>África</strong>, é provável que o Acheulense Recente tenha tido uma<br />

duração quase igual à desse período na <strong>África</strong> oriental, onde se estendeu de<br />

-700.000 a -200.000. Entretanto, não existe ain<strong>da</strong> nenhum método de <strong>da</strong>tação<br />

suficientemente preciso para medir as diferenças de i<strong>da</strong>de entre as várias<br />

indústrias acheulenses. Quando dispusermos de tais métodos e quando for<br />

encontrado maior número de indústrias em contextos estratigráficos, talvez se<br />

possam definir em termos quantitativos as tendências gerais <strong>da</strong> tecnologia dos<br />

utensílios e estabelecer a possível relação entre as diversas variantes identifica<strong>da</strong>s<br />

dentro do complexo acheulense, bem como a paleoecologia de um determinado<br />

sítio na época em que foi ocupado.<br />

Conforme mostrou este breve resumo, as indústrias acheulenses ajustam-<br />

-se a certos padrões gerais que se encontram reproduzidos por todo o<br />

mundo acheulense. Há indústrias que consistem principalmente em bifaces e<br />

machadinhas; outras compreendem seixos lascados e utensílios menores com<br />

características do Olduvaiense Evoluído; há ain<strong>da</strong> as que mostram diversas<br />

combinações dessas duas tradições e aquelas em que predominam picões,<br />

raspadores nucleiformes e outros utensílios “pesados”. Portanto, embora exista<br />

uma infinita varie<strong>da</strong>de na composição <strong>da</strong>s indústrias e na natureza do habitat<br />

7 Por exemplo, pseudolevalloisiense, protolevalloisiense, levalloisiense de Tachengit e de Kombewa. Ver<br />

Brézillon. M. N. “La dénomination des objets de pierre taillée”. Gallia <strong>Pré</strong>histoire, Paris. Supl. IV. p.<br />

79-96 e 101 -2.<br />

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