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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> Central<br />

comprimento e 30 km de largura na linha divisória <strong>da</strong>s águas <strong>da</strong>s bacias do<br />

Zaire e do Chade. Ao que parece, não são conhecidos em Camarões e tampouco<br />

em outros lugares <strong>da</strong> República Centro -Africana. Essa cultura encontra -se, pois,<br />

confina<strong>da</strong> geograficamente ao noroeste do país.<br />

Os monumentos apresentam -se sob a forma de túmulos, com dimensões<br />

variáveis, encimados por um certo número – de algumas uni<strong>da</strong>des a várias<br />

dezenas – de pedras verticalmente coloca<strong>da</strong>s, e cuja altura acima do solo chega<br />

a ultrapassar 3 m. As escavações realiza<strong>da</strong>s em vários desses monumentos<br />

revelaram sua estrutura interna, mas forneceram poucos elementos arqueológicos<br />

– quartzo lascado, cerâmica e objetos de metal nas cama<strong>da</strong>s superiores. Por outro<br />

lado, os carvões vegetais recolhidos permitiram fazer <strong>da</strong>tações pelo método<br />

do C14 7 . Os resultados obtidos fornecem <strong>da</strong>tas extremamente importantes: as<br />

primeiras, relativas às cama<strong>da</strong>s profun<strong>da</strong>s dos monumentos: 7440 ±170 B.P., ou<br />

seja, 5490 antes <strong>da</strong> Era Cristã, e 6700 ±140 B.P., ou 4750 antes <strong>da</strong> Era Cristã;<br />

as segun<strong>da</strong>s: 1920 ±100 B.P., isto é, 30 <strong>da</strong> Era Cristã, e 2400 ±110 B.P., ou 450<br />

<strong>da</strong> Era Cristã. Essas duas séries de <strong>da</strong>tações indicam, para as cama<strong>da</strong>s mais<br />

antigas, a i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> edificação dos megálitos e, para as mais recentes, a i<strong>da</strong>de de<br />

uma nova utilização, aliás confirma<strong>da</strong> por alguns objetos metálicos recolhidos<br />

nas cama<strong>da</strong>s superiores. No estágio em que se encontram, as pesquisas não<br />

permitem atribuir com certeza os megálitos de Buar ao Neolítico, mas pode -se<br />

dizer que a civilização que os edificou é ao menos contemporânea desse período.<br />

A arte rupestre<br />

Situa<strong>da</strong> entre as duas grandes regiões de arte rupestre – Saara e <strong>África</strong> do<br />

Sul –, a bacia do Zaire também possui uma arte rupestre, embora não tão rica<br />

quanto se podia esperar em vista de sua localização.<br />

No Chade, no Ennedi e no Borku desenvolveu -se uma arte rupestre que faz<br />

parte dos grandes complexos saarianos. Em Camarões conhece -se um sítio de<br />

gravuras sobre lajes horizontais, poli<strong>da</strong>s e desgasta<strong>da</strong>s pela erosão, no norte do<br />

país, em Bidzar. As representações são essencialmente geométricas: círculos e<br />

arcos, ora isolados, ora em grupo.<br />

Em Angola existem gravuras na região de Calola. Apresentam -se sobre<br />

lajes horizontais, e os motivos são geométricos, como em Camarões. Pinturas<br />

aparentemente mais recentes foram assinala<strong>da</strong>s nessa mesma região. No Zaire<br />

conhecem -se vários sítios de diferentes épocas. O Shaba parece ser a província<br />

7 BAYLE DES HERMENS, R. e VIDAL, P. 1971, p. 81 -82.<br />

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