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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Teorias relativas às “raças” e história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

misturas. No entanto, as características morfológicas são apenas um reflexo<br />

mais ou menos deformado do estoque gênico; sua conjugação num protótipo<br />

ideal raramente se realiza com perfeição. De fato, trata -se de detalhes evidentes<br />

situados na fronteira homem/meio ambiente, mas que, justamente por isso, são<br />

muito menos inatos que adquiridos.<br />

Reside aí uma <strong>da</strong>s maiores fraquezas <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem morfológica e tipológica,<br />

na qual as exceções acabam por ser mais importantes e mais numerosas que a<br />

regra. Além disso, não se devem negligenciar as querelas acadêmicas sobre as<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de mensuração (como, quando, etc.), que impedem as comparações<br />

úteis. As estatísticas de distância multivaria<strong>da</strong> e os coeficientes de semelhanças<br />

raciais, as estatísticas de “formato” e de “forma”, a distância generaliza<strong>da</strong> de<br />

Nahala Nobis requerem tratamento por computador. Ora, as raças são enti<strong>da</strong>des<br />

biológicas reais que devem ser examina<strong>da</strong>s como um todo e não parte por parte.<br />

A abor<strong>da</strong>gem demográfica ou populacional<br />

Este método vai insistir, de imediato, sobre fatos grupais (reservatório gênico<br />

ou genoma), mais estáveis que a estrutura genética conjuntural dos indivíduos.<br />

De fato, na identificação de uma raça, é mais importante a frequência <strong>da</strong>s<br />

características que ela apresenta do que as próprias características. Como o<br />

método morfológico está praticamente abandonado 2 , os elementos serológicos<br />

ou genéticos podem ser submetidos a regras de classificação mais objetivas.<br />

Para Landman, uma raça é “um grupo de seres humanos que (com raras<br />

exceções) apresentam entre si mais semelhanças genotípicas e frequentemente<br />

também fenotípicas do que com os membros de outros grupos”. Alekseiev<br />

desenvolve também uma concepção demográfica <strong>da</strong>s raças com denominações<br />

puramente geográficas (norte -europeus, sul -africanos, etc.). Schwidejzky e Boyd<br />

acentuaram a sistemática genética: distribuição dos grupos sanguíneos A, B e<br />

O, combinações do fator Rh, gene <strong>da</strong> secreção salivar, etc.<br />

O hemotipologista também leva em conta a anatomia, mas no nível <strong>da</strong><br />

molécula. No que diz respeito à micromorfologia, descreve as células humanas<br />

cuja estrutura imunológica e cujo equipamento enzimático são diferenciados,<br />

sendo o tecido sanguíneo o material mais prático para isso. Os marcadores<br />

sanguíneos representam um salto histórico qualitativo na identificação científica<br />

dos grupos humanos. Suas vantagens em relação aos critérios morfológicos<br />

2 Cf. WIERCINSKY, 1965.<br />

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