29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

96 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

xiitas, como a Sirat al ‑Hajib Ja far, mas sobretudo a Iftitah ad ‑Da wa do Cadi<br />

al -Nu’Man, obra fun<strong>da</strong>mental, sem muitas <strong>da</strong>tas, mas rica em informações sobre<br />

o início do movimento fatími<strong>da</strong> 35 .<br />

c) A primeira metade do século XI presenciou a re<strong>da</strong>ção do famoso Ta’rikh,<br />

de al -Raqiq (morto em 1028), fonte fun<strong>da</strong>mental. A obra é considera<strong>da</strong><br />

perdi<strong>da</strong>, mas o essencial foi retomado por compiladores, como Ibn al -Idhari.<br />

Recentemente, um fragmento dedicado à alta época ifriqiyana, descoberto pelo<br />

marroquino Mannuni, foi editado em Túnis (1968) por “M. Kaabi”, sem que,<br />

com segurança, possamos atribuí -la a Raqiq 36 .<br />

Em to<strong>da</strong>s essas crônicas, o lugar reservado à <strong>África</strong> negra é mínimo. Além<br />

disso, elas exigem do historiador uma crítica rigorosa, uma confrontação constante<br />

dos <strong>da</strong>dos, entre si e com os de outra origem. O historiador do Magreb e do<br />

Egito, principalmente, não pode parar nesse ponto: um conhecimento profundo<br />

do Oriente é absolutamente necessário. A utilização dessas fontes deve, então,<br />

ser completa<strong>da</strong> com a utilização em profundi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s crônicas orientais clássicas.<br />

Fontes geográficas<br />

São importantes e numerosas a partir do século IX. Quer pertençam ao<br />

gênero cartográfico do Surat al -Ardh, ilustrado por al -Khwarizmi, à geografia<br />

administrativa, à categoria dos itinerários e países (Masalik) ou simplesmente à<br />

de viagem mais ou menos romancea<strong>da</strong>, os documentos geográficos escritos em<br />

árabe ilustram um desejo de apreensão <strong>da</strong> totali<strong>da</strong>de do oekumene. Assim, não é de<br />

surpreender que a <strong>África</strong> negra esteja representa<strong>da</strong> nessas fontes e que sejam elas<br />

elemento fun<strong>da</strong>mental do nosso conhecimento dessa <strong>África</strong>. A coletânea exaustiva<br />

compila<strong>da</strong> por Kubbel e Matveïev 37 , que se interrompe no século XII, mostra que,<br />

dos 40 autores que falaram <strong>da</strong> <strong>África</strong> negra, 21 são geógrafos, e seus textos são os<br />

mais ricos em conteúdo. Mas não poderíamos tirar real proveito dessas fontes sem<br />

um trabalho crítico preliminar. O historiador <strong>da</strong> <strong>África</strong> negra deve recolocar as<br />

obras geográficas árabes dentro de seu contexto cultural próprio. Em que medi<strong>da</strong>,<br />

por exemplo, tal descrição corresponde à reali<strong>da</strong>de e em que medi<strong>da</strong> não é reflexo<br />

dos temas repetidos do A<strong>da</strong>b com seus diversos componentes? 38 Qual é a parte <strong>da</strong><br />

35 Publicado em Túnis por M. DACHRAOUI, e em Beirute.<br />

36 M. TALBI negou declara<strong>da</strong>mente a autoria a al -RAQIQ, in: Cahiers de Tunisie, XIX, 1917, p. 19 e segs.,<br />

sem, entretanto, chegar ver<strong>da</strong>deiramente a convencer. A incerteza, portanto, subsiste.<br />

37 KUBBEL, L. E. e MATVEÏEV, v. V, 1960 e 1965. Ver também CUOQ, J. 1975.<br />

38 MIQUEL, A., 1967 e 1975.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!