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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> ocidental<br />

menos força, numa distância menor, durante a estação úmi<strong>da</strong>. Esse fato explica<br />

a coincidência entre um período seco na <strong>África</strong> ocidental e um período glacial<br />

setentrional. Nessa mesma época, o norte do Saara era mais úmido do que<br />

atualmente, pois a trajetória <strong>da</strong>s tempestades do Atlântico desembocava no<br />

sul <strong>da</strong> cadeia do Atlas, ao invés de passar ao norte <strong>da</strong> mesma.<br />

Depois, quando as temperaturas mundiais se elevaram, as calotas glaciais e a<br />

frente intertropical afastaram -se para o norte e o nível do mar atingiu a altura<br />

de hoje. Devido ao deslocamento <strong>da</strong> trajetória <strong>da</strong>s tempestades do Atlântico<br />

em direção ao norte, o Saara do norte ficou mais seco; porém, suas reservas<br />

aquáticas e vegetais foram suficientes para adiar o dessecamento final, que<br />

acabou ocorrendo por volta de -3000. Quando a aridez se tornou tão intensa que<br />

a população não tinha mais condições de viver no Saara, tal fato naturalmente<br />

teve repercussões nas zonas situa<strong>da</strong>s mais ao sul.<br />

A I<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Pedra<br />

Os termos “paleolítico”, “epipaleolítico” e “neolítico” ain<strong>da</strong> estão em uso<br />

no norte <strong>da</strong> <strong>África</strong>; em compensação, os arqueólogos <strong>da</strong> <strong>África</strong> subsaariana,<br />

depois de muito tempo, acharam preferível utilizar sua própria terminologia,<br />

basea<strong>da</strong> na reali<strong>da</strong>de de um continente e não num sistema europeu, imposto<br />

de fora. Essa nova terminologia foi adota<strong>da</strong> oficialmente há cerca de vinte<br />

anos, no 3 o Congresso Pan -Africano sobre <strong>Pré</strong> -<strong>História</strong>. Nós usaremos então<br />

os termos “Early Stone Age”, “Middle Stone Age” e “Late Stone Age” 36 . Os<br />

limites cronológicos dessas divisões <strong>da</strong> I<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Pedra variam um pouco de<br />

região para região. Bem aproxima<strong>da</strong>mente, podemos estabelecer o período que<br />

vai de -2.500.000 a -50.000 para a Early Stone Age; de -50.000 a -15.000<br />

para a Middle Stone Age; e, finalmente, de -15.000 a -5000 para a Late<br />

Stone Age. Com o acúmulo de novas informações, essas divisões e <strong>da</strong>tas tão<br />

simples passam a ser modifica<strong>da</strong>s e a exigir um quadro mais completo. O<br />

próprio termo “neolítico” está sendo ca<strong>da</strong> vez mais criticado quando aplicado<br />

à <strong>África</strong> subsaariana; na ver<strong>da</strong>de, trata -se de um termo ambíguo que não se<br />

sabe se indica um período, um tipo de tecnologia, um tipo de economia ou a<br />

combinação dos três 37 .<br />

36 CLARK, J. D. 1957, Resolução 6.<br />

37 BISHOP, W. W. e CLARK, J. D. 1967, p. 687 -899; SHAW, T. 1967, p. 9 -43; VOGEL, J. C. e BEAU-<br />

MONT, P. B. 1972.<br />

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