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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Quadro cronológico <strong>da</strong>s fases pluviais e glaciais <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

regiões do globo, situa<strong>da</strong>s em quase to<strong>da</strong>s as latitudes. Além disso, para este período,<br />

as indicações forneci<strong>da</strong>s por polens, diatomáceas e fauna idênticos às espécies atuais,<br />

permitem uma quantificação precisa <strong>da</strong> magnitude <strong>da</strong>s variações do meio geográfico.<br />

Ademais, o nível médio dos mares é conhecido o bastante para que se possa ter, a<br />

todo momento, uma ideia do volume geral dos gelos e <strong>da</strong>s relações isotópicas do<br />

oxigênio nos principais reservatórios (oceanos, glaciares). (Cf. Morner, 1975.)<br />

Na <strong>África</strong> saariana, desde os primeiros trabalhos baseados na <strong>da</strong>tação por carbono<br />

14 (Butzer, 1961; Monod, 1963; Faure, 1967 e 1969), os estudos mais recentes que<br />

podem servir de base a uma cronologia detalha<strong>da</strong> <strong>da</strong>s variações climáticas são os de<br />

M. Servant e S. Servant no Chade e no Níger; e de F. Gasse em Afar. Para o leste<br />

<strong>da</strong> <strong>África</strong>, há os trabalhos dos grupos de Van der Zinderen Bakker e Livingstone, de<br />

Richardson, de Williams, de Wickens, e outros. Suas averiguações são comparáveis<br />

às de muitos trabalhos sobre as regiões de altas latitudes, em especial os de Velitchko,<br />

Dreimanis, e outros. A região do oceano Atlântico é conheci<strong>da</strong> na sua totali<strong>da</strong>de<br />

através do trabalho do grupo CLIMAP 1 e de McIntyre, enquanto o hemisfério sul<br />

é conhecido pelas publicações de Van der Hammen, Williams, Bowler et alii.<br />

Para situar a evolução do clima <strong>da</strong> <strong>África</strong> nos últimos 25000 anos em uma<br />

perspectiva global, podem -se distinguir várias etapas cronológicas.<br />

De 25000 a 18000 B.P.<br />

Altas latitudes<br />

O período de tempo compreendido entre 25000 e 18000 B.P. corresponde<br />

ao fim <strong>da</strong> extensão máxima <strong>da</strong>s calotas glaciais no hemisfério norte. Esta última<br />

extensão <strong>da</strong> glaciação de Würm (= Wisconsin = Weichselien = Val<strong>da</strong>r) cobriu<br />

de gelo uma área que representa de 90 a 95% <strong>da</strong>quela ocupa<strong>da</strong> por to<strong>da</strong>s as<br />

glaciações anteriores do Ouaternário (Flint, 1971). Trata -se, pois, de um modelo<br />

de glaciação bastante representativo.<br />

Nas zonas periglaciais, o permafrost (solo permanentemente congelado)<br />

parece ter sido mais extenso que durante as outras glaciações (Velitchko, 1973 e<br />

1975). Esta grande extensão de permafrost estaria associa<strong>da</strong>, fora dos continentes,<br />

aos gelos marinhos, bastante extensos nos mares do Ártico, que contribuíram<br />

para uma redução <strong>da</strong> evaporação na interface ar -mar.<br />

1 CLIMAP: Climatic Long ‑Range lnterpretation, Mapping and Prediction <strong>da</strong> Déca<strong>da</strong> Internacional de<br />

Exploração Oceânica (IDOE).<br />

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