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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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604 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

-se na indústria inúmeras bolas, poliedros facetados ou esferas cui<strong>da</strong>dosamente<br />

acaba<strong>da</strong>s com picoteamento, e numerosas lascas aproveita<strong>da</strong>s. Foi recolhido nas<br />

aluviões do rio Luembe, em Can<strong>da</strong>la e Lun<strong>da</strong> no nordeste de Angola, onde<br />

muitas vezes aparece misturado com indústrias mais antigas ou mais recentes,<br />

em consequência de sua posição nos cascalhos revolvidos. Existe igualmente na<br />

República Popular do Congo, na margem direita do Stanley Pool e no Gabão,<br />

onde recentemente foi identificado. Na República Centro -Africana é conhecido<br />

pelas jazi<strong>da</strong>s excepcionalmente ricas do centro -este do país, onde as aluviões <strong>da</strong>s<br />

minas de diamantes no Nzako a Ambilo, do Téré, Tiaga e Kono forneceram<br />

milhares de utensílios em notável estado de conservação, que se classificam como<br />

pertencentes a um Sangoense Médio ou Superior.<br />

Até hoje, o Sangoense não apareceu ver<strong>da</strong>deiramente diferenciado em<br />

Camarões; a propósito, discute -se sua extensão para o oeste <strong>da</strong> <strong>África</strong>. Alguns<br />

autores assinalaram sua presença no Senegal; trata -se, na reali<strong>da</strong>de, de indústrias<br />

com peças bifaciais idênticas ou muito próximas <strong>da</strong>s do Sangoense, mas ain<strong>da</strong><br />

muito mal situa<strong>da</strong>s na cronologia pré -histórica. É possível que grupos humanos<br />

tenham -se deslocado em direção ao oeste na zona <strong>da</strong> grande floresta, mas até o<br />

presente não temos meios de identificar suas influências.<br />

Como o Acheulense, o Sangoense evolui localmente, sem grandes contatos<br />

com o mundo exterior ao seu meio ambiente florestal. É sucedido por uma<br />

indústria chama<strong>da</strong> Lupembiense, surgi<strong>da</strong> de condições ain<strong>da</strong> pouco defini<strong>da</strong>s,<br />

e que apresentaremos a seguir.<br />

O Lupembiense<br />

O Lupembiense 5 é, segundo a classificação recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> no Congresso Pan-<br />

-Africano de 1955, uma indústria <strong>da</strong> Middle Stone Age. Entretanto, o termo Middle<br />

Stone Age deve ser usado com precaução, pois abarca um conjunto de instrumentos<br />

bastante heterogêneos, cuja posição exata não foi ain<strong>da</strong> bem defini<strong>da</strong>.<br />

O Lupembiense desenvolve -se no momento em que as condições de<br />

pluviosi<strong>da</strong>de voltam ao normal, no início do quarto pluvial, chamado Gambliano;<br />

atinge o ápice no decorrer <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> parte desse período muito úmido, e a<br />

<strong>da</strong>tação absoluta indica uma duração de aproxima<strong>da</strong>mente 25 mil anos. Assim<br />

como o Acheulense Final, que se desenvolveu localmente, o Sangoense também<br />

se modificou, refinou -se, adquiriu novas técnicas de lascamento, que tiveram seu<br />

apogeu no Lupembiense, sem que houvesse contatos com elementos estranhos à<br />

5 Lupembiense. Sítio epônimo: estação pré -histórica de Lupemba no Kasai; termo criado pelo Abade H. BREUIL.

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