29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> Central<br />

vêem -se igualmente aparecer pontas de flechas, provando que o homem já havia<br />

descoberto o uso do arco.<br />

O Homo sapiens parece ter sido o responsável por tais a<strong>da</strong>ptações, apesar<br />

de não se ter encontrado até agora restos fósseis pertencentes a essa espécie.<br />

São raros os sítios onde se podem encontrar vários níveis em estratigrafia.<br />

Foi na ponta de Gombe que J. Colette descobriu a primeira sequência dessas<br />

indústrias <strong>da</strong> <strong>África</strong> Central, fornecendo evidências de quatro: o Kaliniense, o<br />

Djokociense, o Ndoliense e o Leopoldiense, seguido de traços <strong>da</strong> I<strong>da</strong>de do Ferro.<br />

O Primeiro Congresso Pan -Africano de <strong>Pré</strong> -<strong>História</strong>, realizado em Nairobi em<br />

1947, não considerou os nomes <strong>da</strong>s indústrias defini<strong>da</strong>s por J. Colette e adotou<br />

os termos Sangoense e Lupembiense, que não tinham nenhuma fun<strong>da</strong>mentação<br />

arqueológica séria. Esses novos nomes entraram para a literatura e foram<br />

empregados indiscrimina<strong>da</strong>mente, não só na <strong>África</strong> Central, mas também muito<br />

além de seus limites. A ponta de Gombe, único sítio conhecido onde seria<br />

possível estabelecer uma cronologia, foi novamente escava<strong>da</strong> por D. Cahen em<br />

1973 e 1974 (Cahen, 1976) no intuito de precisar e <strong>da</strong>tar a sequência que J.<br />

Colette havia descoberto. Excluindo algumas peças que evocam o Acheulense, a<br />

sequência inicia -se com o Kaliniense, caracterizado por picões grosseiros feitos<br />

a partir de seixos ou lascas, raspadores maciços, espessos utensílios denticulados<br />

e plainas de grandes dimensões. Encontram -se também bifaces lanceolados,<br />

raspadores convergentes, além de utensílios bifaces ou unifaces estreitos,<br />

com bordos mais ou menos paralelos. A esse conjunto somam -se inúmeras<br />

armaduras com gume transversal feitas a partir de lascas (pequenos trinchetes)<br />

e núcleos circulares de tipo musteriense. A debitagem comporta lascas do tipo<br />

levalloisiense e algumas lâminas de má quali<strong>da</strong>de. Os elementos espessos lembram<br />

o Sangoense, e os utensílios finos, o Lupembiense e mesmo o Tshitoliense. O<br />

nível seguinte, o Djokociense, caracteriza -se principalmente por pontas de flecha<br />

peduncula<strong>da</strong>s ou foliáceas, frequentemente retoca<strong>da</strong>s por pressão; a debitagem<br />

é a mesma que no Kaliniense. O Djokociense evoca o Lupembiense Recente<br />

<strong>da</strong> planície de Kinshasa (Moorsel, 1968), o Lupembo -Tshitoliense, na ver<strong>da</strong>de<br />

o Tshitoliense Antigo, como foi definido por G. Mortelmans (1962) e J. D.<br />

Clark (1963). O terceiro nível, o Ndoliense, apresenta -se somente sob a forma<br />

de pequenas concentrações. As pequenas pontas de flecha foliáceas são típicas;<br />

a debitagem bipolar era pratica<strong>da</strong> no próprio local, o que explica a presença de<br />

“peças estilhaça<strong>da</strong>s”. Essa indústria é similar ao Tshitoliense Tardio (Moorsel,<br />

1968; Cahen, Mortelmans, 1973).<br />

Uma <strong>da</strong>s <strong>da</strong>tas obti<strong>da</strong>s para o Kaliniense coincide com a i<strong>da</strong>de estima<strong>da</strong><br />

para o Sangoense (Clark, 1969, 236), e, uma outra, com as fases antigas do<br />

627

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!