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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Geografia histórica: aspectos físicos<br />

<strong>da</strong> evaporação e <strong>da</strong> infiltração na zona tropical seca. A segun<strong>da</strong>, visível desde o<br />

norte do Benin, continua a jusante devido às chuvas locais de máxima solsticial.<br />

O Níger recebe, no curso inferior, o Benue, seu principal afluente.<br />

Solos africanos<br />

A distribuição geográfica dos solos segue um zoneamento estreitamente<br />

vinculado ao clima. As várias formações pedológicas resultam principalmente<br />

<strong>da</strong> ação <strong>da</strong> água e <strong>da</strong> temperatura nas rochas locais. Nas regiões tropicais, as<br />

chuvas quentes, abun<strong>da</strong>ntes e áci<strong>da</strong>s lavam as rochas, dissolvendo os minerais<br />

básicos e carregando -os para as cama<strong>da</strong>s inferiores do solo. Nas baixas latitudes<br />

muito úmi<strong>da</strong>s, até 10 o ao norte e ao sul do Equador, a decomposição química<br />

<strong>da</strong>s rochas resulta na formação de solos ferralíticos. Trata -se geralmente de<br />

argilas móveis avermelha<strong>da</strong>s, de vários metros de espessura. Originam -se <strong>da</strong><br />

transformação <strong>da</strong> rocha -mãe em elementos coloi<strong>da</strong>is, incluindo o caulim, a<br />

hematita e a sílica (cerca de 30% do total). Embora protegidos <strong>da</strong> erosão pela<br />

cobertura florestal, os solos ferralíticos contêm pouca matéria orgânica e húmus.<br />

Nas regiões su<strong>da</strong>nesas com estação seca defini<strong>da</strong>, formam -se solos tropicais<br />

ferruginosos menos profundos que os anteriores, ricos em óxidos de ferro,<br />

possuindo superfície arenosa e interior argiloso. Pouco estáveis, são sensíveis<br />

à erosão pluvial e eólea. Sua estrutura se deteriora muito rapi<strong>da</strong>mente na<br />

superfície se a cobertura vegetal estiver ausente. Esses solos frequentemente<br />

sofrem laterização na <strong>África</strong> ocidental, onde o processo de lixiviação, que<br />

ocorre durante a estação chuvosa, alterna -se com um intenso dessecamento<br />

na estação seca, especialmente quando sopra o harmatã. Em algumas regiões<br />

situa<strong>da</strong>s ao norte <strong>da</strong> faixa costeira do golfo <strong>da</strong> Guiné, há antigas superfícies<br />

desnu<strong>da</strong><strong>da</strong>s pela erosão, cujos solos apresentam carapaças ou couraças<br />

denomina<strong>da</strong>s bowé. Tais formações pedológicas caracterizam -se por um forte<br />

acúmulo de óxido de ferro e alumínio seguido de endurecimento nos níveis<br />

menos profundos. Mas um bom número desses bowé antigos <strong>da</strong>ta do Terciário.<br />

Suas superfícies lateríticas afloraram em consequência <strong>da</strong> erosão dos níveis<br />

móveis superiores. O valor agronômico desses solos é, em to<strong>da</strong> parte, muito<br />

limitado. Solos semelhantes são encontrados em Ma<strong>da</strong>gáscar nos tampoketsa<br />

do noroeste de Antananarivo. Mais ao norte, no hemisfério boreal, formaram-<br />

-se, sob um clima de estações contrastantes e sob uma cobertura herbácea,<br />

solos pardos, estruturados, de grande valor agronômico. Apesar de sensíveis à<br />

lixiviação, permitiram o desenvolvimento de culturas agrárias associa<strong>da</strong>s aos<br />

grandes impérios su<strong>da</strong>neses <strong>da</strong> época pré -colonial.<br />

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