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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> Central<br />

Do ponto de vista climático, o Quaternário dessa região estaria muito mais<br />

próximo do Quaternário <strong>da</strong> <strong>África</strong> oriental, ain<strong>da</strong> que com variações locais devi<strong>da</strong>s<br />

à altitude eleva<strong>da</strong> <strong>da</strong>s zonas montanhosas. Segundo G. Mortelmans (1952), teria<br />

havido quatro períodos pluviais e dois episódios úmidos 2 :<br />

Nakuriano – 2 o úmido<br />

Makaliano – 1 o úmido<br />

Gambliano – 4 o pluvial<br />

Kanjeriano – 3 o pluvial<br />

Kamasiano – 2 o pluvial<br />

Kagueriano – 1 o pluvial<br />

Dessa alternância de períodos relativamente secos com outros muito úmidos<br />

depende, em certa medi<strong>da</strong>, o povoamento de uma região, e isso devido a modificações<br />

no que hoje chamamos “meio ambiente”.<br />

A penetração difícil na grande floresta fez com que vários pré -historiadores<br />

pensassem que o povoamento dessa zona tenha sido pouco significativo no período<br />

que vai do Paleolítico Inferior ao Neolítico. De nossa parte, não concor<strong>da</strong>mos com esse<br />

ponto de vista, sendo oportuno desfazer o mito relativo à dificul<strong>da</strong>de de povoamento<br />

<strong>da</strong> região. Se em to<strong>da</strong> a região as coletas de utensílios líticos foram, até certo ponto,<br />

de pouca monta, isto ocorreu porque os estudiosos hesitaram em empreender<br />

pesquisas de longa duração sob condições adversas. Em vista dos resultados obtidos<br />

recentemente por várias missões em Angola, na República Centro -Africana e no<br />

Zaire, e considerando a enorme quanti<strong>da</strong>de de pedras lasca<strong>da</strong>s coleta<strong>da</strong>s, devemos<br />

reconhecer que o povoamento pré -histórico do que se convencionou chamar “a<br />

grande floresta” é tão significativo quanto o de outros setores <strong>da</strong> <strong>África</strong>.<br />

Finalmente, devemos observar que na zona equatorial úmi<strong>da</strong> os vestígios orgânicos<br />

não se conservaram devido à acidez dos terrenos e que, portanto, com raríssimas<br />

exceções relativas a períodos muito recentes e mesmo históricos, os fósseis humanos,<br />

os restos de fauna e o instrumental ósseo estão totalmente ausentes.<br />

2 Nakuriano. Fase úmi<strong>da</strong> defini<strong>da</strong> pelos depósitos <strong>da</strong> praia inferior à dos 102 m do lago Nakuru, no Quênia.<br />

Makaliano. Fase úmi<strong>da</strong> reconheci<strong>da</strong> nas praias lacustres dos 114 m e 102 m do lado Nakuru.<br />

Gambliano. Pluvial definido ao redor dos lagos Nakuru, Naivasha e sobretudo Elmenteita (Gamble’s<br />

Cave) no Quênia.<br />

Kanjeriano. 3 o pluvial definido por L. S. B. LEAKEY com base em um depósito fossilífero descoberto<br />

em Kanjera em Kavirondo Gulf.<br />

Kamasiano. 2 o pluvial, cujo nome se deve a depósitos de diatomitas estu<strong>da</strong>dos por Grégory em Kamasa<br />

no Kenya Rift Valley,<br />

Kagueriano. 1 o pluvial assim chamado com base no sistema de terraços do rio Kaguera, na Tanzânia,<br />

descoberto por E. J. Wayland em 1934.<br />

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