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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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784 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

ou menos profun<strong>da</strong>s nos meios naturais, bem como na quanti<strong>da</strong>de e quali<strong>da</strong>de<br />

dos seus produtos.<br />

No entanto, apesar do domínio do homem sobre os elementos de seu<br />

ambiente natural, ele não foi capaz de se libertar completa e imediatamente de<br />

to<strong>da</strong>s as imposições desse ambiente. Assim, devemos, primeiramente, considerar<br />

as características ambientais que podem ter exercido um papel preponderante na<br />

pré -história e na história agrícolas. No caso <strong>da</strong> <strong>África</strong>, faz -se necessário traçar<br />

um esboço do meio ambiente: a <strong>África</strong> parece estar dividi<strong>da</strong> em largas faixas<br />

latitudinais, diferencia<strong>da</strong>s do ponto de vista ecológico e dispostas simetricamente<br />

dos dois lados do Equador.<br />

Como salienta Randles (op. cit.), algumas dessas faixas podem ter servido<br />

como barreiras para as correntes migratórias norte -sul. E o caso do Saara, <strong>da</strong><br />

grande floresta equatorial, <strong>da</strong> “estepe” <strong>da</strong> Tanzânia e do deserto do Calaari.<br />

Outras faixas, ao contrário, ofereciam espaços a essas correntes que nelas poderiam<br />

encontrar “nichos” favoráveis: é o caso <strong>da</strong>s savanas do norte e do sul. Randles<br />

salienta igualmente que nenhuma dessas barreiras era totalmente intransponível;<br />

o Saara e a grande floresta, por exemplo, permitiam, até certo ponto, a circulação<br />

humana.<br />

Na <strong>África</strong>, a latitude não é o único fator a permitir uma delimitação sumária<br />

<strong>da</strong>s grandes zonas ecológicas. O relevo e, portanto, a altitude também interferem;<br />

assim, a dorsal Zaire -Nilo separa as terras altas do leste <strong>da</strong> <strong>África</strong> do peneplano<br />

do oeste, que por sua vez é dividido por um pequeno eixo elevado que se estende<br />

<strong>da</strong> ilha de Príncipe até o Chade.<br />

Há, portanto, exceções nesse zoneamento ecológico latitudinal do continente<br />

africano. Talvez a mais importante dessas exceções sejam as terras altas que<br />

se estendem, paralelamente ao Rift, do norte do lago Vitória aos montes<br />

Munchinga e que, citando Randles novamente, constituem um estreito corredor<br />

salubre através <strong>da</strong> “barreira equatorial” (mapa 1). Há também o “reduto” <strong>da</strong><br />

Etiópia, cuja importância para a origem africana <strong>da</strong>s plantas cultiva<strong>da</strong>s será<br />

menciona<strong>da</strong> mais adiante.<br />

Se combinarmos agora esses <strong>da</strong>dos diversos, por mais sumários que sejam,<br />

veremos que a <strong>África</strong> comporta, ao norte, a leste e ao sul, uma zona quase<br />

semicircular de savanas e estepes rodeando um núcleo de florestas equatoriais;<br />

depois, tanto ao norte como ao sul, duas zonas ári<strong>da</strong>s, o Saara e o Calaari;<br />

finalmente, no extremo norte e no extremo sul, duas estreitas zonas quase<br />

homoclimáticas que, simplificando bastante, poderíamos descrever como<br />

“mediterrâneas” – quanto ao clima evidentemente – embora existam certas<br />

peculiari<strong>da</strong>des ecológicas no extremo sul <strong>da</strong> <strong>África</strong> (mapa 2). Partindo do

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