29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> <strong>da</strong> <strong>África</strong> ocidental<br />

Na <strong>África</strong> ocidental, a distribuição dos elementos do Sangoense é mais<br />

meridional que a do Acheulense 49 , sugerindo um novo modo de fixação. No<br />

cabo Manuel, em Dacar, uma indústria antes considera<strong>da</strong> neolítica 50 , agora<br />

é reconheci<strong>da</strong> como sangoense 51 ou, eventualmente, como uma de suas<br />

sobrevivências tardias. O mesmo pode -se dizer de certos elementos coletados<br />

em Bamaco 52 . Na Nigéria, os vestígios sangoenses situam -se, sobretudo, na parte<br />

do país que se estende do sul do planalto de Jos para o norte <strong>da</strong> floresta tropical<br />

e densa; eles também são encontrados ao longo dos vales fluviais, em cascalhos<br />

existentes entre 10 e 20 m acima do nível atual do rio 53 . No vale do Níger,<br />

perto de Bussa, existe uma indústria constituí<strong>da</strong>, sobretudo, de seixos lascados<br />

e que não apresenta indícios de picões; entretanto, por razões geológicas, ela<br />

é considera<strong>da</strong> contemporânea do Sangoense 54 . Constatamos a presença de<br />

utensílios sangoenses espalhados no pé <strong>da</strong> cadeia montanhosa do Atakora-<br />

-Togo e ao sul de Gana 55 . Esse material é raro no norte de Gana, mas aparece<br />

com certa frequência no sul.<br />

Em outras partes <strong>da</strong> <strong>África</strong> 56 atribuem -se ao Sangoense <strong>da</strong>tas que remontam<br />

a -50.000 e sugeriu -se que o complexo industrial sangoense poderia refletir a<br />

necessi<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptar -se a uma região mais arboriza<strong>da</strong> durante um período<br />

ca<strong>da</strong> vez mais seco 57 . Na <strong>África</strong> ocidental, a indústria sangoense não foi <strong>da</strong>ta<strong>da</strong><br />

pelo método do carbono 14; no sul de Gana, o material sangoense do atalho <strong>da</strong><br />

estra<strong>da</strong> de ferro de Asokrochona é, em sua totali<strong>da</strong>de, anterior ao “Beach IV”<br />

de Davies, que ele próprio compara ao interestadial de Gottweig 58 – posição<br />

estratigráfica que não fez na<strong>da</strong> mais do que <strong>da</strong>r o terminus post quem, que nós já<br />

devíamos esperar. Se, perto de Jebba, os cascalhos situados de 10 a 20 m acima<br />

do Níger foram depositados quando o leito do rio correspondia ao nível do alto<br />

mar do Inchiriense Superior 59 , a presença entre eles de utensílios sangoenses<br />

não rolados sugere uma <strong>da</strong>ta perto de -30.000; os espécimes rolados poderiam<br />

49 CLARK, J. D. Atlas, 1967.<br />

50 CORBEIL, R. et al. 1948, p. 413.<br />

51 DAVIES, O. 1964, p. 115; HUGOT, H. J. 1964, p. 5.<br />

52 DAVIES, O. 1964, p. 113 -14.<br />

53 DAVIES, O. 1964, p. 113 -4; SOPER, R. C. 1965, p. 184 -86.<br />

54 SOPER, R. C. 1965, p. 186 -88.<br />

55 DAVIES, O. 1964, p. 98, 100.<br />

56 CLARK, J. D. 1970, p. 250.<br />

57 CLARK, J. D., 1960, p. 149.<br />

58 DAVIES, O. 1964, p. 23, 137 -42.<br />

59 FAURE, H. e ELOUARD, P. 1967.<br />

697

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!