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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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112 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

sucesso pelo estudioso <strong>da</strong> Mauritânia Mukhtar Wuld Hamidun. A primeira<br />

obra propriamente histórica remonta ao início deste século: al ‑ Wasil, de Ahmad<br />

al -Shinqiti, que é uma enciclopédia <strong>da</strong> história e <strong>da</strong> cultura mouriscas do passado e<br />

do presente 22 . Existe um grande número de crônicas locais manuscritas, de maior<br />

ou menor valor, no estilo <strong>da</strong>s crônicas breves de Nema, Oualata e Shinqiti 23 . As<br />

fontes árabes <strong>da</strong> Mauritânia são de especial interesse e importância, porque em<br />

muitos casos cobrem não somente a Mauritânia propriamente dita, mas também<br />

todos os países limítrofes do Sudão ocidental. Devido às estreitas relações que<br />

existiram no passado entre a Mauritânia e o Marrocos, as bibliotecas e arquivos<br />

marroquinos devem conter certamente um precioso material histórico para o<br />

primeiro país. Além <strong>da</strong>s fontes árabes, há também a literatura narrativa europeia,<br />

que se inicia no século XV nas regiões costeiras, e no fim do século XVII<br />

nas regiões fluviais. A partir do século seguinte, encontramos correspondência<br />

diplomática e comercial, tanto em árabe como em línguas europeias.<br />

A historiografia local no Sudão oriental parece ter começado somente nos<br />

últimos anos do Sultanato Funj, isto é, no início do século XIX, quando a tradição<br />

oral foi registra<strong>da</strong> por escrito no texto chamado Crônica de Funj, do qual existem<br />

várias versões 24 . São fontes valiosas as genealogias de vários grupos árabes 25 , assim<br />

como o grande dicionário biográfico de estudiosos su<strong>da</strong>neses, o Tebaqat, escrito por<br />

Wad Dayfallah, que constitui um rico manancial de informações sobre a vi<strong>da</strong> social,<br />

cultural e religiosa do Reino Funj 26 . O mais antigo visitante estrangeiro conhecido<br />

foi o viajante judeu David Reubeni (em 1523). Até o século XIX há apenas um<br />

pequeno número de obras valiosas, mas entre elas se encontram as narrativas de<br />

observadores particularmente lúcidos, como James Bruce (em 1773), W. G. Browne<br />

(1792 -1798) e el -Tounsy (1803), sendo os dois últimos os primeiros a visitar Darfur 27 .<br />

Na primeira metade do século XIX, o Sudão foi, de to<strong>da</strong> a <strong>África</strong> tropical, a região<br />

mais visita<strong>da</strong> por viajantes. Suas narrativas são inumeráveis e de varia<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />

enquanto fontes históricas. Até a déca<strong>da</strong> de 1830, não existe nenhuma fonte escrita<br />

para as regiões do alto vale do Nilo (ao sul <strong>da</strong> latitude 12°), mas a parte norte é<br />

fartamente coberta por documentos arquivísticos do Egito (arquivos do Cairo) e,<br />

22 AL -SHINQITI, A. Al‑Wasit fi tarajim u<strong>da</strong>ba ‘Shinqit, Cairo, 1910, e muitas edições novas. Trad. francesa<br />

parcial, St. Louis, 1953.<br />

23 MARTY, P. 1927; NORRIS. In: BIFAN, 1962; MONTEIL, V. In: BIFAN, 1965, n. 3 -4.<br />

24 Estu<strong>da</strong>do por M. SHIBEIKA. In: Ta’rïkh Mulk ‑al ‑Su<strong>da</strong>n, Khartum, 1947.<br />

25 Recolhi<strong>da</strong>s por H. A. MACMICHAEL. In: History of the Arabs in the Su<strong>da</strong>n, II, Cambridge, 1922,<br />

juntamente com outros documentos históricos.<br />

26 A edição comenta<strong>da</strong> mais atualiza<strong>da</strong> é de Yusuf FADL HASAN, Khartum, 1971.<br />

27 BRUCE, J., 1790; BROWNE, W. G., 1806; EL -TOUNSY, Omar, 1845.

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