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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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402 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

correlacionados de modo conclusivo aos que ocorreram na parte setentrional do<br />

globo, estão em grande parte ligados a estes últimos de uma forma que ain<strong>da</strong><br />

está por ser interpreta<strong>da</strong>.<br />

Durante a última déca<strong>da</strong>, ampliaram -se consideravelmente as perspectivas de<br />

se estabelecer uma escala de tempo para o final do Cenozoico e do Pleistoceno.<br />

Os programas de perfuração em mar profundo têm fornecido informações<br />

extremamente valiosas sobre uma sequência de sedimentos mais ou menos<br />

contínua que registra os eventos <strong>da</strong> última parte <strong>da</strong> história <strong>da</strong> Terra. Estudos<br />

multidisciplinares detalhados dos testemunhos obtidos nesses programas,<br />

progressos na geofísica, e especialmente nos estudos de paleomagnetismo, bem<br />

como o aperfeiçoamento <strong>da</strong>s técnicas de medi<strong>da</strong>s radiométricas, têm contribuído<br />

para a elaboração de uma escala de tempo razoavelmente bem fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong><br />

para a última parte <strong>da</strong> história <strong>da</strong> Terra. Há muito por ser feito neste campo,<br />

visto que ain<strong>da</strong> não foi possível estabelecer uma correlação definitiva entre os<br />

eventos de diferentes áreas. No entanto, a cronologia <strong>da</strong> última parte <strong>da</strong> história<br />

<strong>da</strong> Terra está entre as mais bem fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s, embora seja ain<strong>da</strong> questão<br />

bastante controversa a demarcação dos limites do Pleistoceno, em virtude <strong>da</strong><br />

grande confusão gera<strong>da</strong> ao se procurar classificar os estratos -tipo clássicos do<br />

Plioceno e do Pleistoceno na sequência estabeleci<strong>da</strong> a partir do fundo do mar.<br />

Apresentamos a seguir a classificação que será utiliza<strong>da</strong> no presente capítulo.<br />

A escala de tempo geomagnética dos últimos 5 milhões de anos (M.A)<br />

mostra que o campo magnético <strong>da</strong> Terra passou alterna<strong>da</strong>mente <strong>da</strong> posição<br />

normal à reversa. Essas diferentes épocas foram interrompi<strong>da</strong>s por eventos<br />

menores marcados por uma inversão. As épocas são, <strong>da</strong> mais recente para a mais<br />

antiga: Brunhes (0,69 M.A até o presente), Matuyama (2,43 -0,69 M.A), Gauss<br />

(3,22 -2,43 M.A.), e Gilbert (5,4 -3,32 M.A). O intervalo magnético Gilbert-<br />

-Gauss caracterizou -se por uma grande deterioração climática, observável em<br />

muitas regiões do globo (sobre esse assunto, ver Hays et alii, 1969). Este episódio<br />

frio corresponde ao início <strong>da</strong> glaciação de Nebraska (registra<strong>da</strong> no golfo do<br />

México), ao surgimento de depósitos glaciais no Atlântico norte e à fauna<br />

continental do Villafranchiano médio. De acordo com alguns autores, para<br />

os quais o início <strong>da</strong> primeira deterioração climática constitui o limite entre o<br />

Plioceno e Pleistoceno, este evento marcaria o começo do Pleistoceno. Contudo,<br />

a adoção desse limite estaria em desacordo com o limite definido pelo Congresso<br />

de 1955 <strong>da</strong> Associação Internacional de Pesquisa do Quaternário (INQUA), de<br />

vez que implicaria que os conjuntos faunianos <strong>da</strong> seção clássica de Castellarquato,<br />

na Itália, deveriam ser excluí<strong>da</strong>s do Plioceno. É preferível, pois, fixar -se o limite<br />

em -1,85 M.A., correspondendo ao início do Calabriano e ao evento magnético

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