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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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<strong>Pré</strong> -<strong>História</strong> do vale do Nilo<br />

no Ba<strong>da</strong>riense. A indústria lítica, de técnica bifacial avança<strong>da</strong>, compreende<br />

flechas com bases triangulares ou côncavas, pontas, armaduras de foices<br />

monta<strong>da</strong>s em cabos retos de madeira, machados polidos e uma cabeça de<br />

maça discoide. Em osso, encontramos alfinetes, furadores e pontas com<br />

bases peduncula<strong>da</strong>s. As paletas de pintura, grosseiras, são de pedra calcária<br />

ou mais raramente de diorito. Conchas do mar e fragmentos de cascas<br />

de ovos e de microclínio (amazonita) foram usados para fazer cordões de<br />

contas. Nos locais de habitação, não ficou traço algum dos abrigos, sem<br />

dúvi<strong>da</strong> muito frágeis, mas há muitas fogueiras cava<strong>da</strong>s no solo, semelhantes<br />

às acha<strong>da</strong>s em Shaheinab, no Sudão. Silos constituídos de cestos enterrados<br />

no chão, agrupados perto <strong>da</strong>s habitações, teriam sido usados para armazenar<br />

trigo, ceva<strong>da</strong>, linho e outros produtos. O porco, a cabra, o boi, o hipopótamo<br />

e a tartaruga serviam de alimento para a população. Até o momento não há<br />

vestígios de cemitérios, que, sem dúvi<strong>da</strong>, ficavam um pouco afastados. Essa<br />

cultura (cerca de -4441 a -3860) poderia ser contemporânea do Ba<strong>da</strong>riense.<br />

• O Merindiense 23 ocupa uma extensa área habita<strong>da</strong> de mais de 2 hectares a<br />

oeste do delta do Nilo. As escavações, ain<strong>da</strong> por terminar e com resultados<br />

publicados somente em forma de relatos preliminares, atestam três cama<strong>da</strong>s<br />

sucessivas de restos arqueológicos que traçam a evolução de uma mesma<br />

cultura no decorrer <strong>da</strong>s épocas. Trata -se de uma cultura original, mas típica<br />

do grupo do norte. A cerâmica monocrômica – lisa, poli<strong>da</strong> ou rugosa –<br />

apresenta tipos variados, principalmente tigelas, copos, pratos e bilhas,<br />

mas não há nenhuma peça com bocal de bordos estreitados. As formas<br />

específicas incluem conchas de cozinha como as do Ba<strong>da</strong>riense, tigelas<br />

com saliências arredon<strong>da</strong><strong>da</strong>s como as do Ba<strong>da</strong>riense e do Faiumiense,<br />

além de vasos com pés como os do Faiumiense. Às vezes esses vasos são<br />

decorados com pontos escavados na bor<strong>da</strong>, linhas verticais incisas, motivos<br />

em relevo ou ain<strong>da</strong> com um desenho em forma de folha de palmeira. Há<br />

uns poucos vasos feitos de basalto ou de pedra verde dura, terminados<br />

por um pé, do tipo Negadiense I. O instrumental lítico bifacial contém os<br />

mesmos tipos que aparecem no Faiumiense. Há também uma cabeça de<br />

maça piriforme ou globular. Sovelas, agulhas, furadores, arpões, espátulas e<br />

anzóis são feitos de osso ou marfim. Os objetos de adorno incluem grampos<br />

de cabelo, pulseiras, anéis, conchas perfura<strong>da</strong>s e contas de vários materiais.<br />

São dignas de menção duas paletas de pintura, uma escutiforme em xisto e<br />

23 Ver capítulo 28, p. 820.<br />

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