29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

452 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

de peso, ou seja, argumentos culturais. No Congresso Pan -Africano de Dacar,<br />

em 1967, exibiu pedras de basalto cujos gumes naturais mostravam traços de uso.<br />

Em 1971, em Adis Abeba, declarou que a maior parte <strong>da</strong>s ossa<strong>da</strong>s de animais<br />

descobertas em associação com o Kenyapithecus wickeri tinha sido quebra<strong>da</strong><br />

artificialmente. É, sem dúvi<strong>da</strong>, impressionante imaginar esse pequeno primata<br />

africano escolhendo pedras pontiagu<strong>da</strong>s ou cortantes para preparar seu alimento.<br />

Teoricamente, pelo menos, isso não é impossível.<br />

Desde 1934, conhecemos um outro primata, Ramapithecus puniabicus,<br />

descoberto nas formações miopliocênicas do norte <strong>da</strong> Índia e do Paquistão e<br />

que também tem de 8 a 14 milhões de anos. Simons de Yale o reexaminou e<br />

associou a ele restos atribuídos ao Bramapithecus. O Ramapithecus punjabicus é<br />

um pequeno primata que pesa entre 18 e 36 quilos. Sua face curta, sua mandíbula<br />

maciça com ramo ascendente vertical, a implantação vertical de seus caninos<br />

em processo de redução e de seus pequenos incisivos, o nascimento tardio de<br />

seus molares e a homomorfia de seus pré -molares inferiores levaram muitos<br />

autores, mas nem todos, a classificá -lo como um hominídeo. Simons, inclusive,<br />

associou esse fóssil indiano ao Kenyapithecus <strong>da</strong> <strong>África</strong> oriental e a algumas<br />

descobertas isola<strong>da</strong>s <strong>da</strong> China e <strong>da</strong> Europa, como evidências para se estabelecer<br />

uma área pré -homíni<strong>da</strong> miocênica abrangendo todo o Velho Mundo. Aliás,<br />

ele não estava enganado, pois as pesquisas realiza<strong>da</strong>s nesses três últimos anos<br />

levaram à descoberta desse Ramapithecus na Turquia (L. Tekkaya) e na Hungria<br />

(M. Kretzoi), ao mesmo tempo que novos documentos paquistaneses (expedição<br />

D. Pilbeam) forneciam numerosas informações sobre esse primata.<br />

Um enorme primata, o Gigantopithecus, foi encontrado na China e na Índia.<br />

Chama -se Gigantopithecus blacki na China e Gigantopithecus bilaspurensis na Índia,<br />

onde sua i<strong>da</strong>de é estima<strong>da</strong> em alguns milhões de anos. Tem incisivos pequenos e<br />

caninos não muito grandes, mas que não são homíni<strong>da</strong>s; seu primeiro pré -molar<br />

inferior tem duas cúspides; seus dentes laterais são grandes, fortes e mostram um<br />

desgaste considerável; sua face é curta e sua mandíbula possante tem um ramo<br />

ascendente longo e vertical. Mas, hoje, praticamente todos os autores o rejeitam<br />

como possível ancestral do homem. Pesquisas realiza<strong>da</strong>s na Grécia sob a direção<br />

de L. de Bonis descobriram um primata de 10 milhões de anos, o Ouranopithecus<br />

macedoniensis, que poderia ser o ancestral do Gigantopithecus.<br />

Para terminar, relacionaremos um outro primata, o Oreopithecus que,<br />

há 12 milhões de anos, balançava -se nos galhos <strong>da</strong>s florestas <strong>da</strong> Toscana, e<br />

provavelmente também do Quênia, Descoberto em 1872 por Gervais, foi<br />

descrito por um excelente paleontólogo suíço, Johannes Hürzeler, que retomou<br />

as escavações em Grossetto, na Toscana, e teve a sorte de encontrar um esqueleto

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!