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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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228 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Portanto, basta retirar uma pequena amostra do objeto e submetê -la à ativação<br />

por nêutrons ou fluorescência de raios X: a ausência de vestígios de impurezas<br />

indicará que o objeto é provavelmente falso.<br />

Identificação de pigmentos e corantes na pintura<br />

Os pigmentos utilizados em um quadro podem ser identificados com<br />

razoável precisão através de técnicas microquímicas. Se o pigmento foi criado<br />

recentemente, a i<strong>da</strong>de do quadro pode ser contesta<strong>da</strong>. Como exemplo, citemos o<br />

exame feito por Young de um retrato em perfil atribuído a um pintor do século<br />

XV. A pigmentação azul do quadro se originava do azul -ultramarino, descoberto<br />

e usado como pigmento a partir do século XIX. Quanto ao pigmento branco,<br />

tratava -se de óxido de titânio, só utilizado na pintura depois de 1920. Provou -se,<br />

portanto, que o quadro era falso. 36<br />

Exame <strong>da</strong> pátina e do polimento superficiais<br />

A maior parte <strong>da</strong>s rochas adquire, com o tempo, uma pátina na sua superfície:<br />

o verniz do deserto. Este fenômeno se deve ao afloramento progressivo de sais de<br />

ferro e manganês à superfície, onde se oxi<strong>da</strong>m e formam uma espécie de epiderme<br />

ou pátina. Essa pátina passa a fazer parte <strong>da</strong> própria rocha, confundindo -se com<br />

a sua superfície. Não é fácil removê -la, seja com água ou solvente neutro, seja<br />

através de raspagem. Em consequência, é possível distinguir uma superfície<br />

autenticamente antiga de outra recente, mesmo dota<strong>da</strong> de pátina artificial.<br />

Além <strong>da</strong> pátina forma<strong>da</strong> naturalmente, as marcas de entalhe e polimento<br />

antigos são outro meio de provar autentici<strong>da</strong>de. Essas marcas ain<strong>da</strong> aparecem<br />

como linhas de intersecção irregular sob a pátina superficial <strong>da</strong> pedra ou do<br />

metal. Elas podem ser facilmente distingui<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s linhas paralelas regulares<br />

provenientes de um polimento recente, já que os povos antigos não usavam<br />

nem limas ásperas para esculpir, nem limas finas ou lixas de esmeril para polir.<br />

Teste <strong>da</strong> termoluminescência <strong>da</strong> cerâmica<br />

A cerâmica, assim como o solo em que foi enterra<strong>da</strong>, contém uma<br />

porcentagem muito pequena de elementos radioativos. A radiação desses<br />

elementos causa, ao longo de milhares de anos, um acúmulo de elétrons no<br />

corpo <strong>da</strong> cerâmica. Elevando -a a uma temperatura acima de 500 o C, os elétrons<br />

36 YOUNG, W. J. 1958, p. 18 -19.

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