29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

642 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

El -Abiod (sul de Tebessa). Na Tunísia há o Acheulense de Redeyef (Gafsa).<br />

Vamos apenas mencionar as jazi<strong>da</strong>s de margens de lagos, tão extraordinárias<br />

na <strong>África</strong> oriental (por exemplo, Olorgesailie, no Quênia). Há o lago Karar<br />

(Tlemcen), onde se encontram escavações muito antigas e mal dirigi<strong>da</strong>s por<br />

M. Boulle, e Abuquir (Mostaganem), ain<strong>da</strong> menos conheci<strong>da</strong>. Um único<br />

sítio emerge desta imprecisão, o de Sidi Zin (Le Kef, Tunísia), onde uma<br />

cama<strong>da</strong> contendo machados foi encontra<strong>da</strong> entre duas outras de bifaces, sem<br />

machados. Por outro lado, o Acheulense ligado às jazi<strong>da</strong>s lacustres aparece<br />

com bastante frequência desde a Mauritânia até a Líbia.<br />

c) As jazi<strong>da</strong>s relaciona<strong>da</strong>s às antigas fontes artesianas, que parecem ter atraído<br />

os homens do Acheulense ao Ateriense. A princípio, é o caso de Tit Mellil<br />

(Casablanca) e de Ain Fritissa (sul de Uj<strong>da</strong>) no Marrocos; do já citado<br />

“lago Karar” na Argélia, e de Chetma (Biskra), sobre o qual não se tem<br />

quase informações, e principalmente de Ternifine (Mascara). Apenas<br />

esta última foi objeto de escavações recentes (1954 -1956) e sistemáticas,<br />

confia<strong>da</strong>s ao professor C. Arambourg pela Argélia. To<strong>da</strong>via, não devemos<br />

alimentar muitas ilusões: a indústria é extremamente interessante, a fauna<br />

é de uma riqueza prodigiosa e foi aí que se descobriu o atlantropo; mas a<br />

estratigrafia desta notável jazi<strong>da</strong> apresenta problemas, o que deixa em aberto<br />

o elenco cronológico no qual se insere o conjunto de documentos. Talvez a<br />

própria natureza do sítio, com areias constantemente revolvi<strong>da</strong>s pelas fontes<br />

artesianas, tenha impedido o estabelecimento de uma cronoestratigrafia.<br />

Isto porém não foi demonstrado. O estudo dos utensílios parece provar que<br />

não se trata de oficinas de lascamento, mas sim de locais onde se faziam<br />

embosca<strong>da</strong>s à caça.<br />

O Acheulense do Magreb e o do Saara não diferem fun<strong>da</strong>mentalmente<br />

<strong>da</strong>quele que foi definido na França. Os métodos de análise (Bordes, 1961 e<br />

Balout, 1967) não indicam nenhuma diferença básica entre os bifaces. O mesmo<br />

acontece com os triedros. A existência de lascas e de uma pequena indústria<br />

em Ternifine, por exemplo, não nos surpreende. A utilização do percutor<br />

mole apareceu mais ou menos no fim do Acheulense Antigo (lascamento ou<br />

relascamento): uma única peça foi encontra<strong>da</strong> em Ternifine (biface). Vê -se<br />

também aparecer o “golpe de trinchete” no desprendimento <strong>da</strong> extremi<strong>da</strong>de<br />

distal dos triedros. O traço mais original, assinalado já há muito tempo, é a<br />

importância dos machados sobre lasca. É aí que se pode sugerir a existência<br />

de um utensílio (espécie de machado) estritamente africano. Na ver<strong>da</strong>de, não<br />

se apresenta sempre no Acheulense <strong>da</strong> <strong>África</strong> (é desconhecido no admirável

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!