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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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As fontes escritas a partir do século XV<br />

observações tendiam a ser mais precisas quando tratava <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des com<br />

as quais manteve mais estreito contato 97 .<br />

Esses dois homens pertencem já a uma fase de transição com o grupo de<br />

africanos que começaram a escrever a história de seus próprios países ou povos.<br />

Uma primeira tentativa, embora com maior ênfase na etnografia, foi feita pelo<br />

Ab. Boilat, um mulato de St. Louis, em seus Esquisses Sénégalaises 98 . Um interesse<br />

maior pela historiografia basea<strong>da</strong> principalmente na tradição oral pode -se<br />

observar nas regiões <strong>da</strong> <strong>África</strong> sob domínio britânico, mas somente no fim do<br />

século XIX. C. C. Reindorf, um ga, publicou em 1895, em Basle, sua History<br />

of the Gold Coast and Asanle e é considerado o primeiro historiador moderno<br />

de origem africana. Com ele e Samuel Johnson – cuja History of the Yorubas é<br />

contemporânea do livro de Reindorf, mas só foi publica<strong>da</strong> em 1921 – inicia -se a<br />

cadeia ininterrupta de historiadores africanos, a princípio amadores (na maioria<br />

missionários), mais tarde, profissionais. Suas ideias e suas obras são abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

no capítulo dedicado ao desenvolvimento <strong>da</strong> historiografia <strong>da</strong> <strong>África</strong>.<br />

To<strong>da</strong>s essas fontes narrativas, escritas em árabe ou nas diversas línguas<br />

africanas e europeias, formam um vasto e rico conjunto de materiais históricos.<br />

Elas não cobrem, evidentemente, todos os aspectos do processo histórico e<br />

possuem um caráter regional, oferecendo, em alguns casos, apenas uma imagem<br />

fragmentária. As fontes escritas por muçulmanos demonstram, em geral, um<br />

pronunciado ponto de vista islâmico, que aparece claramente quando abor<strong>da</strong>m<br />

socie<strong>da</strong>des não -muçulmanas. Os autores de fontes narrativas em línguas<br />

europeias eram ao mesmo tempo polemistas em campanha contra o comércio<br />

de escravos ou em favor <strong>da</strong> igual<strong>da</strong>de, e, portanto, com uma certa tendência à<br />

parciali<strong>da</strong>de. Mas trata -se de limitações normais de to<strong>da</strong>s as fontes narrativas,<br />

e, cientes delas, devemos, ain<strong>da</strong> assim, reconhecer que possuem uma vantagem<br />

decisiva: são vozes dos africanos, que nos revelam uma outra face <strong>da</strong> história.<br />

que esteve sufoca<strong>da</strong> pela torrente de opiniões estrangeiras.<br />

Fontes arquivísticas particulares, relatórios<br />

confidenciais e outros testemunhos<br />

Fontes particulares são, essencialmente, os documentos escritos que resultam<br />

<strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de registrar várias ativi<strong>da</strong>des humanas e que, originalmente,<br />

97 HORTON, J. A. B. 1863; Letters on the Political Conditions of lhe Gold Coast ..., Londres, 1870.<br />

98 Paris, 1833.<br />

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