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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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788 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

No que diz respeito à <strong>África</strong>, as descobertas de Vavilov representaram<br />

um progresso sensível em relação às conclusões de Candolle (op. cit.) que<br />

reconhecia apenas três principais centros de origem para a agricultura e a<br />

domesticação de vegetais: China, Sudeste Asiático (com uma extensão até o<br />

Egito) e América.<br />

A contribuição de Vavilov para o conhecimento <strong>da</strong> origem <strong>da</strong>s plantas<br />

cultiva<strong>da</strong>s foi também <strong>da</strong> maior importância no plano teórico, tendo<br />

evidenciado a necessi<strong>da</strong>de de distinção entre um centro de variação primária,<br />

caracterizado por uma grande diversi<strong>da</strong>de de formas de uma planta, com<br />

manifestação majoritária de caracteres dominantes, e áreas de variação secundária<br />

que apresentam grande número de caracteres recessivos, encobertos no centro<br />

de variação primária.<br />

A localização e a distribuição geográficas desses diversos centros de variação<br />

permitem determinar o local de um berço agrícola; se as áreas desses centros<br />

coincidem total ou parcialmente, pode -se supor que, nessa região, civilizações<br />

exerceram por muito tempo ativi<strong>da</strong>des de domesticação e transformação de<br />

certas espécies vegetais.<br />

É importante salientar que o centro de origem botânica de uma espécie<br />

vegetal cultiva<strong>da</strong> não coincide necessariamente com as áreas de variabili<strong>da</strong>de<br />

relaciona<strong>da</strong>s às intervenções do homem. Em outras palavras, a zona ocupa<strong>da</strong><br />

pelas possíveis formas selvagens de um cultígeno distingue -se frequentemente,<br />

e de maneira clara, <strong>da</strong>s regiões em que esse cultígeno surgiu em decorrência <strong>da</strong><br />

ação do homem (cultivo, seleção e diversificação). Há pelo menos uma explicação<br />

para esse fato: a transferência frequente de espécies selvagens para fora de seu<br />

habitat de origem durante a época <strong>da</strong> coleta 18 .<br />

Quanto ao continente africano, um dos autores deste capítulo pôde completar<br />

o quadro estabelecido por Vavilov 19 , demonstrando que, além do centro abissinio e<br />

<strong>da</strong> parte africana do centro mediterrâneo, havia também um centro afro ‑ocidental e<br />

um afro ‑oriental, sendo este último provavelmente um prolongamento do centro<br />

abissínio nas terras altas equatoriais 20 .<br />

Agrupando e resumindo os <strong>da</strong>dos relativos aos diversos focos ou centros de<br />

origem e diversificação <strong>da</strong>s plantas cultiva<strong>da</strong>s, temos o seguinte quadro:<br />

18 Ver BARRAU, J. 1962.<br />

19 Ver PORTÈRES, R. 1950, p. 9 -10; 1951, p. 239 -40.<br />

20 Sobre esse assunto, ver também SCHNELL, R. 1957.

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