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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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As fontes escritas anteriores ao século XV<br />

que a corrente papirológica não se esgota. Dessa massa documentária interna e<br />

externa emergem algumas obras de especial importância: a Geografia de Ptolomeu<br />

(140 aproxima<strong>da</strong>mente) 13 ; o Périplo do Mar <strong>da</strong> Eritreia 14 , obra anônima que<br />

calculamos ter sido composta em cerca de 230 (<strong>da</strong>ta<strong>da</strong> anteriormente do século<br />

I); a Topografia Cristã 15 de Cosmas Indicopleustes (535 aproxima<strong>da</strong>mente).<br />

Esses escritos representam a base de nossa informação sobre a Etiópia e o chifre<br />

oriental <strong>da</strong> <strong>África</strong>. No conjunto, esta breve exposição aponta dois descompassos:<br />

o <strong>da</strong>s fontes escritas em relação aos outros tipos de documentos, e o do nosso<br />

conhecimento do Egito em relação ao nosso conhecimento <strong>da</strong> Núbia e do<br />

mundo eritreu.<br />

O Magreb antigo<br />

A história escrita do Magreb antigo nasceu do encontro de Cartago com<br />

Roma. Isso significa que não dispomos de nenhum documento importante<br />

anterior ao segundo século antes <strong>da</strong> Era Cristã: apenas indicações esparsas na<br />

obra de Heródoto, evidentemente, e nas obras de outros historiadores gregos.<br />

O período autenticamente púnico depende <strong>da</strong> arqueologia e <strong>da</strong> epigrafia.<br />

Além disso, a história de Cartago, tanto anterior quanto posterior a Aníbal – o<br />

confronto com Roma e o curto período de sobrevivência que se seguiu – não<br />

deve quase na<strong>da</strong> às fontes púnicas escritas. Sabe -se hoje que o Périplo de Hanão<br />

(em grego), cuja descrição se estende às costas norte -ocidentais <strong>da</strong> <strong>África</strong>, é falso<br />

e não pode ter sido escrito antes do século I. Restam os trabalhos agronômicos<br />

atribuídos a Magão, dos quais apenas alguns trechos foram conservados por<br />

autores latinos. Entre as fontes autóctones, seria necessário mencionar as notas<br />

de Juba II, que Plínio, o Velho, compilou em sua <strong>História</strong> Natural.<br />

O essencial, se não a totali<strong>da</strong>de, de nossas fontes escritas relativas à história do<br />

Magreb antigo fases cartaginesa, romana, vân<strong>da</strong>la e bizantina é constituído pelas<br />

13 Sobre os geógrafos clássicos e pós -clássicos que trataram <strong>da</strong> <strong>África</strong>, ver a obra fun<strong>da</strong>mental de Yusuf<br />

KAMEL: Monumenta cartographica Africae et Aegypti, Cairo e Leyde, 1926 a 1951, 16 vol. Convém que<br />

esse trabalho seja reeditado com um aparato crítico novo e importante.<br />

14 Editado por MÜLLER. Geographi Graeci minores. Paris, 1853, t. I. Reeditado por Hjalmar FRISK em<br />

Göteborg em 1927. Essa importante obra vem sendo edita<strong>da</strong> desde o século XVI, em 1533, e depois<br />

em 1577.<br />

15 COSMAS é um viajante que visitou a Etiópia e a ilha de Socotra. Sua obra figura na Patrologie grecque,<br />

de MIGNE, t. 88, coleção que deve necessariamente ser consulta<strong>da</strong> no que se refere à Antigui<strong>da</strong>de, ao<br />

lado <strong>da</strong> Patrologie Latine, do mesmo MIGNE. A obra de COSMAS recebeu excelente edição em três<br />

tomos <strong>da</strong>s Editions du Cerf, Paris, 1968 -1970. Assinalemos a importância, para nosso conhecimento<br />

<strong>da</strong> cristianização <strong>da</strong> Etiópia, <strong>da</strong> Historia Ecclesiastica, de RUFINO. In: Patrologie grecque, de MIGNE,<br />

com tradução latina.<br />

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