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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Mapa linguístico <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

absoluta, seria necessário que ca<strong>da</strong> habitante do continente africano fosse<br />

representado por um ponto luminoso isolado; esse ponto se moveria, indicando<br />

o deslocamento de ca<strong>da</strong> indivíduo no território e deveria assumir um dentre dois<br />

mil matizes, conforme a língua fala<strong>da</strong> pela pessoa num determinado momento.<br />

Da<strong>da</strong> a impossibili<strong>da</strong>de material de estabelecer um tal mapa, devemos nos<br />

contentar com um documento que, sem atingir a perfeição, é, esperamos, mais<br />

detalhado e mais exato que os atualmente disponíveis.<br />

Há dez anos desenvolve -se um trabalho no sentido de se elaborar um mapa<br />

<strong>da</strong> <strong>África</strong> especificamente linguístico (em oposição ao étnico). O presente artigo<br />

volta sua atenção para os aspectos desse trabalho que são relevantes para a<br />

história <strong>da</strong> <strong>África</strong> 5 .<br />

Não obstante sua aparência técnica, o estudo comparativo <strong>da</strong>s línguas africanas<br />

tem sido realizado, frequentemente, de maneira demasiado simplista, existe uma<br />

tendência a admitir que o complexo mapa linguístico <strong>da</strong> <strong>África</strong> de hoje evoluiu<br />

de um antigo mapa muito mais simples, e que as relações linguísticas podem<br />

ser expressas sob a forma de “árvores genealógicas” que se subdividem segundo<br />

uma hierarquia descendente de níveis (“famílias”, “subfamílias”, “ramos”, etc.).<br />

A crença de que as muitas centenas de línguas modernas <strong>da</strong> <strong>África</strong> podiam<br />

remontar, em ordem ascendente regular, a algumas “línguas -mãe” levou os<br />

especialistas em linguística compara<strong>da</strong> a examinarem to<strong>da</strong>s as relações possíveis<br />

<strong>da</strong>s línguas africanas, inclusive as mais distantes, antes de estabelecerem suas<br />

relações imediatas sobre uma base sóli<strong>da</strong>. Levou -os ain<strong>da</strong> a considerarem<br />

essencialmente o processo histórico de divergência entre as línguas com uma<br />

suposta origem comum, excluindo o processo de convergência <strong>da</strong>s línguas não-<br />

-aparenta<strong>da</strong>s ou de reconvergência <strong>da</strong>s línguas aparenta<strong>da</strong>s. As lastimáveis<br />

consequências de tal abor<strong>da</strong>gem agravaram -se ain<strong>da</strong> mais pelo fato de que as<br />

classificações pseudo -históricas obti<strong>da</strong>s por esses meios serviram igualmente de<br />

quadro de referência (não apenas para as línguas africanas, mas também para os<br />

povos africanos) e, por conseguinte, influenciaram indevi<strong>da</strong>mente o pensamento<br />

dos historiadores <strong>da</strong> <strong>África</strong>.<br />

5 LANGUAGE MAP OF AFRICA AND THE ADJACENT ISLANDS, em curso de elaboração<br />

pela School of Oriental and African Studies (SOAS) e pelo International African Institute (IAI). O<br />

mapa tem por objetivo mostrar a distribuição atual e as relações linguísticas <strong>da</strong>s línguas “maternas” ou<br />

“primeiras”, na escala de 1:5000000; neste mapa figuram igualmente as regiões de maior complexi<strong>da</strong>de<br />

linguística na escala de 1:2500000 e 1:250000. O IAI procede atualmente (1977) à publicação de uma<br />

edição provisória, contendo uma lista sistemática <strong>da</strong>s línguas africanas (em vista de uma edição definitiva,<br />

a ser publica<strong>da</strong> ulteriormente pela Longmans).<br />

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