29.03.2013 Views

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

358 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

O escoamento <strong>da</strong>s águas continentais<br />

A diversi<strong>da</strong>de climática reflete -se na hidrografia. Na <strong>África</strong>, porém, o<br />

escoamento <strong>da</strong>s águas para os oceanos exerce uma função muito menos<br />

importante do que aquela que um julgamento precipitado poderia sugerir. Mais<br />

<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> superfície do continente compõe -se de regiões de drenagem arréica<br />

ou endorréica. Além disso, os sistemas fluviais encontram obstáculos no seu<br />

percurso. De fato, seus contornos são formados por trechos de fraca declivi<strong>da</strong>de<br />

unidos abruptamente por rápidos, que<strong>da</strong>s d’água e cataratas. Assim, grande parte<br />

<strong>da</strong>s águas que eles drenam sofre infiltração permanente e, sobretudo, intensa<br />

evaporação, resultante <strong>da</strong> estagnação nas bacias, fossas e depressões do pedestal.<br />

Organização <strong>da</strong>s redes hidrográficas<br />

As vastas áreas do continente onde as chuvas são escassas ou inexistentes<br />

não possuem cursos d’água permanentes. Mas a área seca mediterrânea recebe<br />

algumas chuvas violentas que originam lençóis de escoamento que por vezes<br />

se acumulam em uedes. Estes terminam por esvaziar -se devido à evaporação<br />

e infiltração <strong>da</strong>s águas. Nas regiões de índice pluviométrico satisfatório, em<br />

clima tropical ou equatorial, os grandes rios e seus principais afluentes formam<br />

redes organiza<strong>da</strong>s que coletam parte <strong>da</strong> água <strong>da</strong>s bacias, assegurando -lhes o<br />

sangramento em condições frequentem ente difíceis. De fato, as bacias em que se<br />

formou a maioria dos rios africanos apresentam soleiras periféricas desfavoráveis<br />

a um bom escoamento para o mar. Assim, as águas continentais escoam -se<br />

através <strong>da</strong>s dobras costeiras por vales estreitos e profundos, que apresentam<br />

frequentes rupturas de declive no curso inferior de alguns dos principais rios. O<br />

Zaire possui trinta e dois rápidos entre Stanley Pool e o estuário. O Zambeze<br />

salta 110 m nas cataratas de Vitória, antes de mergulhar na Garganta de Kariba<br />

e atravessar várias cataratas basálticas. A jusante de Cartum, o Nilo passa por<br />

seis rápidos, denominados cataratas, antes de chegar ao Mediterrâneo. Todos os<br />

demais grandes rios – Níger, Senegal, Orange, Limpopo – têm perfil em forma<br />

de esca<strong>da</strong>, principalmente nos cursos inferiores. É fácil entender, desde logo, as<br />

dificul<strong>da</strong>des de navegação nos rios <strong>da</strong> <strong>África</strong>, que têm a aparência de medíocres<br />

canais de comunicação. Entretanto, foram eles que permitiram, no passado,<br />

contatos proveitosos entre os diferentes povos do continente.<br />

Entre as grandes redes hidrográficas, observam -se confusas redes de córregos,<br />

lagoas e pântanos, desordenados e sem drenagem regular para o exterior. Trata-<br />

-se, por vezes, de águas estagna<strong>da</strong>s, ou de escoadouros <strong>da</strong>s águas provenientes

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!