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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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718 <strong>Metodologia</strong> e pré -história <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

Middle Stone Age 5<br />

Mu<strong>da</strong>nças nas condições de vi<strong>da</strong> levaram, nesse momento, ao uso generalizado<br />

<strong>da</strong> lasca, ao invés do biface, que tornou -se raro e depois desapareceu. Essas lascas<br />

com talões facetados, geralmente feitas a partir <strong>da</strong> técnica paralevalloisiense<br />

já menciona<strong>da</strong>, provêm de um núcleo especial que produzia lascas de formas<br />

predetermina<strong>da</strong>s. Em algumas partes <strong>da</strong> <strong>África</strong>, esse procedimento perdurou<br />

até o Neolítico, o que indicava já ser o resultado de uma reflexão tecnológica<br />

avança<strong>da</strong>.<br />

A indústria musteriense, que usava a técnica de debitagem levalloisiense, foi<br />

pouco estu<strong>da</strong><strong>da</strong> no sul do Sudão, embora ela provavelmente exista em Tangasi<br />

e, sob uma forma mais evoluí<strong>da</strong>, em Abu Tabari e Nuri. Por outro lado, uma<br />

recente pesquisa realiza<strong>da</strong> no norte estabeleceu quatro conjuntos distintos: o<br />

Musteriense núbio, o Musteriense denticulado, o Sangoense lupembiense e o<br />

Khormusiense.<br />

O Musteriense núbio aproxima -se do musteriense <strong>da</strong> Europa mas não é<br />

idêntico a ele. Nota -se aí uma pequena porcentagem de lascas levalloisienses<br />

e utensílios do tipo musteriense, pobremente retocados, comparáveis aos do<br />

Paleolítico Superior, e em alguns casos, aos bifaces acheulenses (mais ou menos<br />

de -45.000 a -33.000). O Musteriense denticulado também apresenta algumas<br />

lascas levalloisienses e pouquíssimas lâminas, ao passo que as peças denticula<strong>da</strong>s<br />

aparecem em grande quanti<strong>da</strong>de. O Sangoense Lupembiense caracteriza -se<br />

por um incremento <strong>da</strong> técnica de lascamento levalloisiense, à qual se juntam<br />

bifaces, raspadores laterais, peças chanfra<strong>da</strong>s ou denticula<strong>da</strong>s, lascas trunca<strong>da</strong>s<br />

e bifaces pontudos com retoques foliáceos. O Khormusiense estende -se desde<br />

Gemai até as imediações de Dongola e compreende uma grande quanti<strong>da</strong>de<br />

de lascas levalloisienses retoca<strong>da</strong>s, peças denticula<strong>da</strong>s e, mais raramente, buris;<br />

por meio de trabalhos recentes, esse período foi <strong>da</strong>tado de cerca de -25.000 a<br />

- 16000. Ultimamente essas estimativas foram revistas e estabeleceu -se nova<br />

<strong>da</strong>ta: -41.490 a -33.800.<br />

Em comparação com o norte do Sudão, os <strong>da</strong>dos colhidos na Núbia egípcia<br />

são insuficientes. Os antigos trabalhos de Sandford e Arkell estabeleceram a<br />

predominância <strong>da</strong> técnica de debitagem levalloisiense, algumas vezes de tradição<br />

acheulense. Pesquisas mais atuais (1962) fazem menção a essa técnica em Afyeh<br />

e em Khor Daoud. Nós mesmos a detectamos em Ama<strong>da</strong>, em 1962 -1963,<br />

5 Esse termo abrange, de forma genérica, o Paleolitico Médio, aproxima<strong>da</strong>mente desde -200.000.

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