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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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Organização<br />

<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s<br />

para a Educação,<br />

a Ciência e a Cultura<br />

UNESCO HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA VOLUMES I-VIII<br />

Durante muito tempo, mitos e preconceitos de to<strong>da</strong><br />

espécie ocultaram ao mundo a ver<strong>da</strong>deira história <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong>. As socie<strong>da</strong>des africanas eram vistas como<br />

socie<strong>da</strong>des que não podiam ter história. Apesar dos<br />

importantes trabalhos realizados desde as primeiras<br />

déca<strong>da</strong>s do século XX por pioneiros como Leo Frobenius,<br />

Maurice Delafosse e Arturo Labriola, um grande<br />

número de estudiosos não africanos, presos a certos<br />

postulados, afirmava que essas socie<strong>da</strong>des não podiam<br />

ser objeto de um estudo científico, devido, sobretudo,<br />

à ausência de fontes e de documentos escritos.<br />

De fato, havia uma recusa a considerar o povo africano<br />

como criador de culturas originais que floresceram e se<br />

perpetuaram ao longo dos séculos por caminhos<br />

próprios, as quais os historiadores, a menos que<br />

abandonem certos preconceitos e renovem seus<br />

métodos de abor<strong>da</strong>gem, não podem apreender.<br />

A situação evoluiu muito a partir do fim <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong><br />

Guerra Mundial e, em particular, desde que os países<br />

africanos, tendo conquistado sua independência,<br />

começaram a participar ativamente <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

comuni<strong>da</strong>de internacional e dos intercâmbios que ela<br />

implica. Um número crescente de historiadores tem se<br />

empenhado em abor<strong>da</strong>r o estudo <strong>da</strong> <strong>África</strong> com maior<br />

rigor, objetivi<strong>da</strong>de e imparciali<strong>da</strong>de, utilizando com<br />

as devi<strong>da</strong>s precauções fontes africanas originais.<br />

No exercício de seu direito à iniciativa histórica,<br />

os próprios africanos sentiram profun<strong>da</strong>mente a<br />

necessi<strong>da</strong>de de restabelecer em bases sóli<strong>da</strong>s a<br />

historici<strong>da</strong>de de suas socie<strong>da</strong>des.<br />

Os especialistas de vários países que trabalharam nesta<br />

obra tiveram o cui<strong>da</strong>do de questionar as simplificações<br />

excessivas provenientes de uma concepção linear e<br />

restritiva <strong>da</strong> história universal e de restabelecer a<br />

ver<strong>da</strong>de dos fatos sempre que necessário e possível.<br />

Esforçaram-se por resgatar os <strong>da</strong>dos históricos que<br />

melhor permitissem acompanhar a evolução dos<br />

diferentes povos africanos em seus contextos<br />

socioculturais específicos.<br />

Esta Coleção traz à luz tanto a uni<strong>da</strong>de histórica <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong> quanto suas relações com os outros continentes,<br />

sobretudo as Américas e o Caribe. Durante muito<br />

tempo, as manifestações de criativi<strong>da</strong>de dos descendentes<br />

de africanos nas Américas foram isola<strong>da</strong>s por certos<br />

historiadores num agregado heteróclito de africanismos.<br />

Desnecessário dizer que tal não é a atitude dos autores<br />

desta obra. Aqui, a resistência dos escravos deportados<br />

para as Américas, a “clandestini<strong>da</strong>de” política e cultural,<br />

a participação constante e maciça dos descendentes de<br />

africanos nas primeiras lutas pela independência, assim<br />

como nos movimentos de libertação nacional, são<br />

entendi<strong>da</strong>s em sua real significação: foram vigorosas<br />

afirmações de identi<strong>da</strong>de que contribuíram para forjar o<br />

conceito universal de Humani<strong>da</strong>de.<br />

Outro aspecto ressaltado nesta obra são as relações <strong>da</strong><br />

<strong>África</strong> com o sul <strong>da</strong> Ásia através do oceano Índico,<br />

assim como as contribuições africanas a outras<br />

civilizações por um processo de trocas mútuas.<br />

Avaliando o atual estágio de nossos conhecimentos sobre<br />

a <strong>África</strong>, propondo diferentes pontos de vista sobre as<br />

culturas africanas e oferecendo uma nova leitura <strong>da</strong> história,<br />

a <strong>História</strong> Geral <strong>da</strong> <strong>África</strong> tem a indiscutível vantagem<br />

de mostrar tanto a luz quanto a sombra, sem dissimular as<br />

divergências de opinião que existem entre os estudiosos.<br />

Nesse contexto, é de suma importância a publicação<br />

dos oito volumes <strong>da</strong> <strong>História</strong> Geral <strong>da</strong> <strong>África</strong> que ora se<br />

apresenta em sua atual versão em português como fruto<br />

<strong>da</strong> parceria entre a Representação <strong>da</strong> UNESCO no Brasil,<br />

a Secretaria de Educação Continua<strong>da</strong>, Alfabetização e<br />

Diversi<strong>da</strong>de do Ministério <strong>da</strong> Educação do Brasil (Secad/<br />

MEC) e a Universi<strong>da</strong>de Federal de São Carlos (UFSCar).

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