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Metodologia e Pré-História da África - unesdoc - Unesco

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A evolução <strong>da</strong> historiografia <strong>da</strong> <strong>África</strong><br />

haviam publicado trabalhos antes de 1940 28 , em geral (como aliás os autores<br />

ugandenses) em línguas nativas. Dentre as <strong>da</strong>s obras desse tipo, uma tornou -se<br />

mereci<strong>da</strong>mente célebre: A Short History of Benin de J. U. Egharevba, reedita<strong>da</strong><br />

diversas vezes desde sua primeira publicação em 1934.<br />

Por outro lado, certos colonizadores, espíritos inteligentes e curiosos, tentavam<br />

descobrir e registrar a história <strong>da</strong>queles a quem tinham vindo governar. Para<br />

eles, a história africana geralmente apresentava um valor prático. Os europeus<br />

podiam ser melhores administradores se possuíssem algum conhecimento<br />

sobre o passado dos povos que eles haviam colonizado. Além do mais, seria útil<br />

ensinar um pouco de história <strong>da</strong> <strong>África</strong> nas escolas, ca<strong>da</strong> vez mais numerosas,<br />

fun<strong>da</strong><strong>da</strong>s por eles e seus compatriotas missionários, ain<strong>da</strong> que fosse apenas para<br />

servir como introdução ao ensino, mais importante, <strong>da</strong> história <strong>da</strong> Inglaterra<br />

ou <strong>da</strong> França. Isso possibilitaria aos africanos obter os school certificates e os<br />

baccalauréats e ser recrutados depois como preciosos auxiliares pseudo -europeus.<br />

Flora Shaw, Harry Johnson, Maurice Delafosse, Yves Urvoy e Richmond<br />

Palmer já foram mencionados anteriormente. Mas há também outros que<br />

escreveram sobre a <strong>África</strong> obras históricas relativamente isentas de preconceitos<br />

culturais, ain<strong>da</strong> que às vezes tenham escolhido (eles ou seus editores) títulos<br />

bizarros. Entre esses autores podemos citar: Ruth Fisher, Twilight Tales of the<br />

Black Bagan<strong>da</strong> (1912); C. H. Stigand, The Land of Zing (1913); Sir Francis<br />

Fuller, A Vanished Dynasty: Ashanti (1921), exatamente na tradição de Bowdich<br />

e Dupuis; E. W. Bouill, Caravans of the Old Sahara (1933); numerosas obras<br />

eruditas de Charles Monteil (por exemplo, Les Empires du Mali, 1929) ou<br />

de Louis Tauxier (por exemplo, Histoire des Bambara, 1942). Parece que os<br />

franceses foram mais bem sucedidos que os ingleses na elaboração de uma<br />

história realmente africana. Alguns dos mais sólidos trabalhos britânicos – por<br />

exemplo, History of the Gold Coast and Ashanti (1915) de W. W. Claridge ou<br />

History of the Gambia (1940) de Sir John Gray (exceção feita a alguns de seus<br />

artigos mais recentes sobre a <strong>África</strong> oriental) – possuíam uma forte tendência<br />

eurocêntrica. É conveniente notar também que, quando de seu retorno à França,<br />

alguns administradores franceses (como Delafosse, Georges Hardy, Henry<br />

Labouret 29 ) elaboraram breves histórias gerais a respeito de todo o continente<br />

ou do conjunto <strong>da</strong> <strong>África</strong> subsaariana.<br />

28 LAW, R. C. C. Early Historical Writing Among the Yoruba (to c. 1940).<br />

29 DELAFOSSE, Maurice. Les Noirs de l’Afrique (Paris, 1921); HARDY, Georges. Vue Général de l’Histoire<br />

d’Afrique (Paris, 1937); LABOURET, Henry. Histoire des Noirs d’Afrique (Paris, 1946).<br />

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