02.08.2017 Views

_Manual de Direito Administrativo_(2017)_Jose dos Santos Carvalho Filho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

87<br />

88<br />

89<br />

90<br />

91<br />

92<br />

93<br />

94<br />

95<br />

96<br />

97<br />

98<br />

99<br />

100<br />

101<br />

102<br />

103<br />

104<br />

105<br />

106<br />

107<br />

108<br />

109<br />

110<br />

111<br />

112<br />

113<br />

114<br />

115<br />

116<br />

117<br />

118<br />

O STJ, no REsp 897.296-RS, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJ 31.8.2009, não aceitou a referida cobrança, mesmo havendo lei<br />

municipal com tal previsão. Também: REsp 863.577, Min. MAURO CAMPBELL, em 10.8.2010.<br />

O STF não admitiu cobrança <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> solo pela instalação <strong>de</strong> postes em via municipal por empresa <strong>de</strong> energia elétrica (RE<br />

581.947, Min. EROS GRAU, em 15.5.2010). O Min. RICARDO LEWANDOWSKI, porém, votou no sentido <strong>de</strong> que o equívoco foi<br />

a instituição <strong>de</strong> taxa, já que não haveria po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> polícia na espécie – fundamento mais apropriado à controvérsia.<br />

A respeito, CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, no trabalho Utilização da faixa <strong>de</strong> domínio <strong>de</strong> rodovia mediante passagem<br />

subterrânea <strong>de</strong> cabos ou dutos – possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cobrança (RTDP n o 31/90, 2000). Contra: STJ, REsp 954.067-RJ, 1 o Turma, Rel.<br />

Min. JOSÉ DELGADO, em 27.5.2008 (o acórdão refere-se à cobrança <strong>de</strong> taxa, realmente inviável para concessionários, mas no<br />

fundo negou a própria remunerabilida<strong>de</strong>).<br />

Abonamos aqui, mais uma vez, o pensamento <strong>de</strong> ADILSON ABREU DALLARI (ob. cit., p. 40). Permitimo-nos ir mais além: nenhum<br />

ente fe<strong>de</strong>rativo po<strong>de</strong> impedir o uso <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> uso comum do povo sob sua administração para a execução <strong>de</strong> serviços públicos,<br />

salvo efetiva comprovação do impedimento. Po<strong>de</strong> até cobrar pelo uso, mas não impedi-lo. Só assim se afastará eventual<br />

autoritarismo e se po<strong>de</strong>rá admitir o respeito ao princípio da eficiência.<br />

JOSÉ CRETELLA JUNIOR, Bens públicos, p. 318.<br />

SÉRGIO DE ANDRÉA FERREIRA (<strong>Direito</strong> administrativo didático, cit., p. 187) refere-se unicamente à permissão, mas, na verda<strong>de</strong>,<br />

nenhum óbice haveria para que a <strong>de</strong>legação se <strong>de</strong>sse por concessão. Forma ina<strong>de</strong>quada, em nosso enten<strong>de</strong>r, seria ato <strong>de</strong><br />

autorização, porque nele a ativida<strong>de</strong> autorizada é do exclusivo interesse privado, o que efetivamente não é o caso <strong>dos</strong> cemitérios,<br />

mesmo que particulares.<br />

HELY LOPES MEIRELLES, <strong>Direito</strong> municipal brasileiro, p. 330; SÉRGIO DE ANDRÉA FERREIRA, ob. e loc. cit.<br />

THEMISTOCLES BRANDÃO CAVALCANTI, Tratado <strong>de</strong> direito administrativo, p. 386.<br />

HELY LOPES MEIRELLES, <strong>Direito</strong> municipal, cit., p. 330.<br />

ADIn 1.221-RJ, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, julg. em 9.10.2003 (vi<strong>de</strong> Informativo STF n o 324, out. 2003).<br />

Também: STJ, REsp 747.871-RS, 2 o Turma, Rel. Min. ELIANA CALMON, em 21.6.2007 (Informativo STJ n o 324, jun. 2007).<br />

CRETELLA JR., Bens públicos, cit., p. 320.<br />

Nesse sentido, SÉRGIO DE ANDRÉA FERREIRA, ob. e loc. cit.<br />

Vi<strong>de</strong> a respeito MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, Uso privativo <strong>de</strong> bem público por particular, Atlas, 2. ed., 2010, p. 29.<br />

I<strong>de</strong>m, p. 386-387.<br />

Vale a pena observar, todavia, que algumas <strong>de</strong>ssas características não se aplicam integralmente aos instrumentos <strong>de</strong> uso privativo<br />

regula<strong>dos</strong> pelo direito privado, como veremos adiante.<br />

Nessa trilha <strong>de</strong>cidiu o TJ-RJ na Ap.Civ. 626-64.2007, Rel. Des. CLÁUDIO MELLO TAVARES, publ. em 25.4.2012. No caso, um<br />

condomínio havia reservado exclusivida<strong>de</strong> em certa praia na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Angra <strong>dos</strong> Reis, impedindo o acesso das pessoas, sem que<br />

houvesse qualquer ato legítimo para tal reserva.<br />

STF, RE 451.152, j. 22.8.2006, e RE 599.417-AgR, j. 29.9.2009.<br />

STF, RE 253.472, j. 25.8.2010. Houve, porém, três votos venci<strong>dos</strong>, com os quais, segundo nos parece, está a melhor interpretação.<br />

HELY LOPES MEIRELLES, ob. cit., p. 435.<br />

A correta observação é <strong>de</strong> MARIA SYLVIA DI PIETRO, ob. cit., p. 389.<br />

TRF-2 o R., AMS 023999/2001, Rel. Des. RALD NIO COSTA, DJ 9.5.2008.<br />

Arts. 9 o , § 3 o , e 4 o e 5 o , da MP 2.220.<br />

Nesse sentido, <strong>de</strong>cisão do TA-SP (Ap. com Rev. n o 269.229-0, 7 o CCív., Rel. Juiz GUERRIERI REZENDE, julg. em 27.6.1990).<br />

É o entendimento adotado pelo TJ-MG (Ap. Cível n o 76.179, 1 o CCív., Rel. Des. PAULO TINOCO, apud ADCOAS 128137).<br />

TJ-GO (Duplo Grau <strong>de</strong> Jurisd. n o 1.647, 2 o CCív., Rel. Des. FENELON TEODORO REIS, julg. em 22.5.1990).<br />

A correta advertência é <strong>de</strong> LUCIA VALLE FIGUEIREDO (Curso, cit., p. 376).<br />

Art. 17, I, “f” e “h”, Lei n o 8.666/1993, com a redação da Lei n o 11.481/2007.<br />

Ressalvamos, entretanto, que a i<strong>de</strong>ia clássica é realmente a da distinção entre os atos, e por essa razão a adotamos em nossa exposição. A<br />

unificação é apenas uma proposta colocada à reflexão <strong>dos</strong> estudiosos e aplicadores do <strong>Direito</strong>, como já tivemos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r em trabalho que escrevemos – Autorização e Permissão: A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> unificação <strong>dos</strong> institutos (Revista do Ministério<br />

Público, n o 16, 2002, p. 117-130).<br />

Ob. cit., p. 391.<br />

Em sentido contrário, HELY LOPES MEIRELLES, que assevera que sempre será prevalente o interesse público pelo fato <strong>de</strong> ser<br />

celebrado contrato administrativo (ob. cit., p. 437). A opinião do ilustre autor, com a <strong>de</strong>vida vênia, nos parece no mínimo<br />

contraditória, na medida em que admite a existência <strong>dos</strong> contratos administrativos <strong>de</strong> atribuição, em relação aos quais o interesse<br />

precípuo é o do particular, distinguindo-os <strong>dos</strong> <strong>de</strong> colaboração nos quais predomina o interesse público (ob. cit., p. 197).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!