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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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100 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que curvou seu corpo e orou com sua cabeça inclinada e seus braços<br />

pendidos, como as pessoas aflitas costumam fazer. 10 Mas este<br />

<strong>de</strong>vemos especialmente consi<strong>de</strong>rar como seu significado, a saber,<br />

que não houve dissimulação em sua oração. Há quem pense que<br />

há uma imprecação em suas palavras, e as explicam neste sentido:<br />

Senhor, se é verda<strong>de</strong> que não <strong>de</strong>sejei toda prosperida<strong>de</strong> para<br />

eles, que todo o infortúnio caia sobre mil. Essa explicação, porém,<br />

é muito forçada. Há ainda outra exposição que contém bem pouca<br />

plausibilida<strong>de</strong>, a saber: Visto que não tive proveito algum em orar<br />

por eles, o fruto <strong>de</strong> minha oração voltou para mim mesmo. O sentido<br />

que está mais uníssono com o propósito e bem assim com as<br />

palavras do profeta é este: Orei por eles precisamente como orei<br />

por mim mesmo. O que, porém, já adiantei sobre o afeto secreto do<br />

salmista se provará, espero, satisfatoriamente ao leitor judicioso.<br />

Com respeito a cilício e jejum, ele os usou como auxílios à oração.<br />

Os fiéis oram mesmo após suas refeições, e não observam o jejum<br />

todos os dias como indispensável à oração, nem consi<strong>de</strong>ram usar<br />

cilício sempre que comparecem à presença <strong>de</strong> Deus. Sabemos, porém,<br />

que os que viviam nos tempos antigos se entregavam a esses<br />

exercícios quando alguma urgente necessida<strong>de</strong> os pressionava. Em<br />

tempos <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s ou perigos públicos, todos eles usavam cilício<br />

e se entregavam ao jejum a fim <strong>de</strong> que, humilhando-se diante<br />

<strong>de</strong> Deus e reconhecendo sua culpa, pu<strong>de</strong>ssem mitigar sua ira. De<br />

modo semelhante, quando alguém em particular era afligido, a fim<br />

<strong>de</strong> incitar-se a um maior fervor em oração, ele vestia o cilício e se<br />

entregava ao jejum como emblemas <strong>de</strong> tristeza e dor. Quando Davi,<br />

pois, segundo nos diz aqui, vestiu-se com cilício, era o mesmo que<br />

houvesse tomado sobre si os pecados <strong>de</strong> seus inimigos com o fim<br />

<strong>de</strong> implorar a Deus sua misericórdia em favor <strong>de</strong>les, embora estivessem<br />

usando todo o seu po<strong>de</strong>r para concretizar a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />

10 “Quando os orientais”, diz Boothroyd, “oram em profunda dor, ocultam seu rosto em seu<br />

peito. E é a esse costume que o salmista faz alusão aqui. O Rabino Levi, Dathe e outros o explicam<br />

<strong>de</strong> maneira semelhante.”

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