31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

636 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

como o lugar <strong>de</strong> seu palácio e templo, don<strong>de</strong> todas as bênçãos emanariam<br />

para a nação. Uma <strong>de</strong>claração divina a esse propósito fora feita a<br />

Davi, e essa preeminência ou dignida<strong>de</strong> conferida ao monte Sião é mui<br />

apropriadamente aduzida como prova <strong>de</strong> ser ele rei, legalmente e por<br />

divina <strong>de</strong>signação; pois havia uma inseparável conexão entre o habitar<br />

<strong>de</strong> Deus naquela montanha e o assentar-se Davi no trono a governar o<br />

povo. As palavras do versículo admitem ambos os sentidos. Po<strong>de</strong>mos<br />

presumir que a montanha <strong>de</strong> Deus é comparada ao monte Basã como<br />

sendo semelhante a ela, ou po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r que a mesma se lhe<br />

opõe. O primeiro é o sentido adotado quase por todos os intérpretes,<br />

a saber: enquanto Basã era famoso por sua fertilida<strong>de</strong>, Sião o excelia.<br />

É <strong>de</strong> somenos importância qual prefiramos; mas é provável haver uma<br />

distinção realçada como se <strong>de</strong>vêssemos construir as palavras o monte<br />

<strong>de</strong> Deus e consi<strong>de</strong>rar o <strong>de</strong> Basã com sua soberba altitu<strong>de</strong> a ter mais<br />

tar<strong>de</strong> precedência, como se Davi dissesse que não havia senão uma<br />

só montanha que Deus consagrara a si por <strong>de</strong>creto irrevogável, e que,<br />

embora Basã fosse renomado por sua altitu<strong>de</strong> e fertilida<strong>de</strong>, ele se enfileiraria<br />

com outras montanhas, as quais po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> rivalizar-se<br />

em igualda<strong>de</strong> com Sião, honrada como a residência escolhida <strong>de</strong> Deus.<br />

Se lermos o versículo diferentemente, e consi<strong>de</strong>rarmo-lo como aplicando-se<br />

ao monte Sião do começo ao fim, então o salmista a enaltece<br />

como alta e ilustre, e isso porque <strong>de</strong>la emanava o divino favor, o qual<br />

distinguia os ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mais nações.<br />

16. Por que saltais, 27 ó montes elevados? Neste versículo não há<br />

27 O termo aqui traduzido, saltai, “ocorre somente aqui,” observa Hammond, “e por analogia traduzido<br />

por saltar, ou erguer, ou exaltar alguém a si mesmo; mas po<strong>de</strong> ser melhor interpretado, não saltar,<br />

ou pular, como expressão <strong>de</strong> alegria, mas elevar-se ou exaltar-se, movido pela soberba”; e enten<strong>de</strong> ser<br />

este o significado: Por que erguei-vos, exaltai-vos, montes elevados? Deus não escolheu a nenhum dos<br />

montes mais elevados para construir seu templo, senão o monte Sião, <strong>de</strong> tamanho um tanto mo<strong>de</strong>rado,<br />

mais baixo que o monte Hermom, e ao sopé <strong>de</strong>le (Sl 133.3). Comentaristas ju<strong>de</strong>us, baseando sua<br />

opinião na palavra arábica cognata, rxr, a traduziram procurar. O que fornece o mesmo sentido. O que<br />

procurais? O que esperais, vós, montes elevados, que se vos faça? Não sois aquele que Deus escolheu<br />

para enaltecer com sua gloriosa presença, mas o monte Sião, que é o objeto <strong>de</strong> sua escolha. Aquila<br />

e Jerônimo lêem: “Por que conten<strong>de</strong>is?” Dr. Chandler o traduz assim: “Por que olhais com inveja?”,<br />

isto é, “com olhar <strong>de</strong> ciúme malígno”, na expressão <strong>de</strong> Milton. “Por que estais com ciúme?” Horseley,<br />

seguindo Jerônimo, redige assim: “Pelo quê conten<strong>de</strong>ríeis?”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!