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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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266 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

como po<strong>de</strong>ria acontecer que seus inimigos prevalecessem contra ele<br />

enquanto se achava sob a segura proteção e vigilância <strong>de</strong> Deus. Deste<br />

fato ele extrai coragem para orar, ou seja, que Deus uma vez mais teria<br />

prazer em manifestar seu favor, o qual parecia ter ocultado <strong>de</strong>le por<br />

algum tempo. O termo, luz, <strong>de</strong>ve ser entendido como <strong>de</strong>notação <strong>de</strong><br />

favor; porquanto as adversida<strong>de</strong>s não só obscurecem a face <strong>de</strong> Deus,<br />

mas também tolda os céus, por assim dizer, com nuvens e nevoeiros,<br />

assim também, quando <strong>de</strong>sfrutamos da divina bênção que enriquece,<br />

é como a alegre luz <strong>de</strong> um dia sereno brilhando ao nosso redor. Ou,<br />

melhor, a luz da vida que dissipa toda aquela <strong>de</strong>nsa escuridão que nos<br />

mergulha em tristeza. Por esta palavra o salmista comunica duas coisas:<br />

primeiro, que todas as nossas misérias não emanam <strong>de</strong> nenhuma<br />

outra fonte, senão <strong>de</strong>sta, a saber: que Deus retrai <strong>de</strong> nós os emblemas<br />

<strong>de</strong> seu paternal amor; e, segundo, que tão logo se agra<strong>de</strong> ele <strong>de</strong> manifestar<br />

em nosso favor seu sereno e gracioso semblante, o livramento e<br />

a salvação também se nos manifestam. E acrescenta, verda<strong>de</strong>, porque<br />

esperava esta luz provinda só das promessas <strong>de</strong> Deus. Os incrédulos<br />

<strong>de</strong>sejam o favor divino, mas não erguem seus olhos para sua luz, pois<br />

a natural disposição do homem ten<strong>de</strong>rá sempre para a terra, a menos<br />

que sua mente e todas as suas emoções sejam elevadas às alturas pela<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus. Então, a fim <strong>de</strong> se animar na esperança <strong>de</strong> obter a<br />

graça <strong>de</strong> Deus, Davi <strong>de</strong>scansa sua confiança nisto: que Deus, que é a<br />

verda<strong>de</strong> e a ninguém po<strong>de</strong> enganar, prometeu assistir seus servos. Devemos,<br />

pois, explicar a frase assim: Envia tua luz, a fim <strong>de</strong> que ela seja<br />

um emblema e testemunha <strong>de</strong> tua verda<strong>de</strong>, ou que ela real e eficazmente<br />

seja uma prova <strong>de</strong> que és fiel e isento <strong>de</strong> todo ludíbrio em tuas<br />

promessas. O conhecimento do divino favor, é verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ser buscado<br />

na Palavra <strong>de</strong> Deus; a fé não possui nenhum outro fundamento<br />

no qual possa <strong>de</strong>scansar com segurança exceto a Palavra; mas quando<br />

Deus esten<strong>de</strong> sua mão para ajudar-nos, a experiência disto não é uma<br />

pequena confirmação tanto da Palavra quanto da fé.<br />

Davi <strong>de</strong>clara qual era o principal objetivo <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sejo e que fim<br />

ele tinha em vista ao buscar livramento <strong>de</strong> suas calamida<strong>de</strong>s, quando

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