31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

492 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> segurança, o qual ele expressa no início do Salmo 90. A divina proteção<br />

é comparada à sombra das asas, visto que Deus, como já observei<br />

alhures, mui familiarmente nos convida para si, é representado como<br />

a esten<strong>de</strong>r suas asas como a galinha, ou outras aves, que buscam proteger<br />

seus filhotes. Quão profunda é nossa ingratidão e perversida<strong>de</strong><br />

por sermos por <strong>de</strong>mais morosos em con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>r-nos com um convite<br />

tão amável e gentil! Ele não diz meramente, em termos gerais, que<br />

esperaria em Deus e que <strong>de</strong>scansaria à sombra <strong>de</strong> suas asas, mas, especificamente,<br />

que faria assim até quando a perversida<strong>de</strong> se fosse <strong>de</strong><br />

vez, como uma tempesta<strong>de</strong> ou um furacão. A palavra ‏,הוה hovah, a<br />

qual traduzi por perversida<strong>de</strong>, há quem a traduza por po<strong>de</strong>r. Seja como<br />

for, é evi<strong>de</strong>nte que ele <strong>de</strong>clare que Deus lhe provi<strong>de</strong>nciaria refúgio,<br />

e as asas <strong>de</strong> Deus seriam seu escudo protetor, sob toda e qualquer<br />

tempesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> aflição que o acometesse. Há épocas em que somos<br />

privilegiados em <strong>de</strong>sfrutar do calmo sol da prosperida<strong>de</strong>; mas não há<br />

sequer um dia <strong>de</strong> nossas vidas em que estamos isentos <strong>de</strong> sermos <strong>de</strong><br />

repente assaltados por tempesta<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aflição, e é mister que estejamos<br />

persuadidos <strong>de</strong> que Deus nos cobrirá com suas asas. À esperança<br />

ele acrescenta a oração. De fato, os que têm posto sua confiança em<br />

Deus vão dirigir suas orações sempre a ele; e Davi dá aqui uma prova<br />

prática <strong>de</strong> sua esperança, mostrando que a <strong>de</strong>positava em Deus em<br />

sua emergências. Ao dirigir-se a Deus, lhe aplica um honroso título,<br />

exaltando-o como o Deus que executava tudo quanto havia prometido,<br />

ou (como po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir da expressão) que leva à perfeição a obra<br />

que começou. 5 A palavra hebraica, ‏,גמר gomer, aqui empregada, parece<br />

ser usada no mesmo sentido como no Salmo 138.8, sendo o mesmo<br />

o escopo <strong>de</strong> ambas as passagens. Materialmente confirma e sustenta<br />

nossa esperança <strong>de</strong> refletir que Deus nunca abandonará a obra <strong>de</strong> suas<br />

próprias mãos – aperfeiçoará a salvação <strong>de</strong> seu povo e continuará sua<br />

divina diretriz até que as tenha conduzida ao término <strong>de</strong> seu curso.<br />

5 Horsley traduz a última cláusula do versículo assim: “Ao Deus que levará as coisas à conclusão<br />

a meu respeito.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!