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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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606 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

impressão. 8 Descobrimos, por conseguinte, que Paulo [At 17.27], <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> falar do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, em termos gerais, faz seu tema relacionar-se<br />

com este único ponto em particular e nos convoca a humilharmo-nos,<br />

caso queiramos <strong>de</strong>scobrir as provas <strong>de</strong> um Deus presente. Eu não interpretaria<br />

a última cláusula do quinto versículo como fazem alguns, no<br />

sentido em que Deus era terrível acima dos filhos dos homens – superior<br />

a eles em majesta<strong>de</strong> –, mas, ao contrário disto, que ele é terrível em relação<br />

a eles, evi<strong>de</strong>nciando uma extraordinária providência na <strong>de</strong>fesa e<br />

preservação <strong>de</strong>les, como já observamos no Salmo 40.5. Portanto, os homens<br />

não mais necessitam <strong>de</strong> olhar para algo além <strong>de</strong> si mesmos a fim<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrirem as mais preciosas razões para reverenciarem e temerem<br />

a Deus. O salmista a seguir passa imediatamente do ponto mais geral da<br />

providência divina em favor do gênero humano para o cuidado especial<br />

<strong>de</strong> Deus sobre sua própria Igreja, chamando a atenção para o que ele fizera<br />

pela re<strong>de</strong>nção <strong>de</strong> seu próprio povo eleito. O que ele <strong>de</strong>clara aqui <strong>de</strong>ve<br />

ser consi<strong>de</strong>rado não mais que uma ilustração <strong>de</strong>ntre muitas que po<strong>de</strong>ria<br />

lançar mão, tencionando lembrar ao povo <strong>de</strong> Deus a infinita varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

benefícios com os quais seguira e se confirmara seu primeiro e gran<strong>de</strong> livramento.<br />

Isto parece óbvio à luz do que ele acresce: ali nos regozijamos<br />

nele. Seria impossível que a alegria daquele livramento se esten<strong>de</strong>sse a<br />

ele ou a quaisquer <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes dos antigos israelitas, a menos<br />

que houvesse participado da natureza <strong>de</strong> um penhor e ilustração do amor<br />

<strong>de</strong> Deus por sua Igreja <strong>de</strong> modo geral. Naquele evento ele <strong>de</strong>monstrou ser<br />

o eterno Salvador <strong>de</strong> seu povo; <strong>de</strong> sorte que o mesmo evento se tornou<br />

uma fonte comum <strong>de</strong> alegria a todos os justos.<br />

7. Ele governa o mundo mediante seu po<strong>de</strong>r. A palavra hebraica,<br />

olam, a qual traduzi por o mundo, ocasionalmente significa uma ‏,עולם<br />

era ou eternida<strong>de</strong>; 9 o primeiro sentido, porém, parece estar em melhor<br />

8 “Haec enim experimentalis (ut ita loquar) noticia magis afficit.” – v.l. “Car ceste cognoissance<br />

d’experience et <strong>de</strong> prattique esmeut d’avantage.” – v.f.<br />

9 Nossas versões, em geral, traduzem a palavra neste último sentido. Hammond, com Calvino,<br />

prefere a redação “sobre o mundo”. “Não há dúvida <strong>de</strong> que ‏,”עולם diz ele, ἄιὼν, como nossa<br />

palavra era, significa não apenas tempo e duração, mas também os homens que vivem em algum<br />

época. E então מושל ‏,עולם se <strong>de</strong>ve aqui mais apropriadamente traduzir governando o mundo ou

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