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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 50 • 391<br />

De igual forma, o <strong>de</strong>sígnio com que os sacrifícios foram instituídos<br />

por Deus visava a unir seu povo mais estreitamente a ele e a ratificar<br />

e confirmar sua aliança. A passagem é mui digna <strong>de</strong> nossa particular<br />

observação, como que <strong>de</strong>finindo os que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados os<br />

legítimos membros da Igreja. De um lado, <strong>de</strong>vem ser caracterizados<br />

pelo espírito <strong>de</strong> mansidão, praticando a justiça em seu relacionamento<br />

com o mundo; e, do outro, <strong>de</strong>vem aferrar-se ao exercício <strong>de</strong> uma fé<br />

genuína com o pacto da adoção que Deus lhes propôs. Isso formula<br />

o genuíno culto divino, como ele mesmo no-lo entregou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o céu;<br />

e os que <strong>de</strong>clinam <strong>de</strong>le, sejam quais forem as pretensões que nutram<br />

para serem consi<strong>de</strong>rados uma igreja <strong>de</strong> Deus, são excomungados <strong>de</strong>le<br />

pelo Espírito Santo. Quanto aos sacrifícios ou outras cerimônias, são<br />

<strong>de</strong> nenhum valor, exceto no sentido em que nos selam a pura verda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus. Todos esses ritos, conseqüentemente, visto que não têm<br />

nenhum fundamento na Palavra <strong>de</strong> Deus, não <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> qualquer<br />

autorida<strong>de</strong>, e o culto que não tem uma distinta referência à Palavra<br />

outra coisa não é senão uma corrupção das coisas sacras.<br />

[vv. 6-13]<br />

E os céus <strong>de</strong>clararão sua justiça; pois Deus mesmo é o juiz. Selah. Ouve,<br />

povo meu, e eu falarei; ó Israel, e eu te anunciarei; eu sou Deus, sim, o<br />

teu Deus. Não te reprovarei por teus sacrifícios, e teus holocaustos estão<br />

continuamente diante <strong>de</strong> mim. De tua casa não tomarei nenhum bezerro,<br />

nem bo<strong>de</strong>s <strong>de</strong> teus apriscos. Porque todo animal da floresta me pertence,<br />

e o gado sobre milhares <strong>de</strong> montanhas. Conheço todas as aves das montanhas;<br />

e os animais selvagens dos campos estão sob minhas or<strong>de</strong>ns. Se<br />

eu tivesse fome, não to diria; porquanto o mundo me pertence e toda sua<br />

plenitu<strong>de</strong>. Comerei eu carne <strong>de</strong> touros? 9 Beberei eu sangue <strong>de</strong> bo<strong>de</strong>s?<br />

da. Dessa forma, o pacto que Deus fez com Abraão e sua família foi ratificado (Gn 15.9, 17, 18). Essa<br />

assombrosa cerimônia foi também observada pelo antigo povo <strong>de</strong> Deus na renovação do pacto,<br />

como transparece <strong>de</strong> Jeremias 34.18. Veja-se também em Êxodo 24.4-8 o pacto entre Deus e seu povo<br />

com sacrifícios. Isso explica a frase aqui usada, a qual literalmente é: “Aqueles que têm cortado um<br />

pacto comigo mediante sacrifício”, sendo o verbo provindo <strong>de</strong> ‏,כרת carath, ele corta. O mesmo método<br />

<strong>de</strong> ratificar pactos ou alianças prevalecia entre algumas nações pagãs, como transparece das<br />

alusões feitas a ele por Homero e Virgílio, Ilíada, livro xix.1.260; Eneida, livro xii.1.292.<br />

9 Ao explicar isto, Martin observa: “Le feu <strong>de</strong>scendu du ciel” etc., isto é, “O fogo que <strong>de</strong>scia do<br />

céu sobre os sacrifícios era consi<strong>de</strong>rado misticamente a boca <strong>de</strong> Deus que <strong>de</strong>vorava a carne das<br />

vítimas; e foi por essa conta que Deus expressamente proibiu consumi-las pelo fogo trazido <strong>de</strong> ou-

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