31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 44 • 293<br />

a exaustão ou o terror da cruz não erradique <strong>de</strong> nossos corações a<br />

verda<strong>de</strong>ira pieda<strong>de</strong>, pon<strong>de</strong>remos continuamente sobre isto: que nos<br />

cabe beber o cálice que Deus pôs em nossas mãos, e que ninguém<br />

po<strong>de</strong> ser realmente cristão a não ser que <strong>de</strong>dique a Deus.<br />

23. Levanta-te, ó Senhor! por que dormes? Aqui os santos <strong>de</strong>sejam<br />

que Deus, tendo pieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>les, por fim lhes envie socorro e livramento.<br />

Embora Deus permita a seus santos pleitear junto a ele, <strong>de</strong>sta forma<br />

balbuciante, quando em suas orações rogam que ele acor<strong>de</strong> e se levante,<br />

todavia é necessário que estejam plenamente convictos <strong>de</strong> que se<br />

mantém vigilante para sua segurança e <strong>de</strong>fesa. Devemos precaver-nos<br />

contra a noção <strong>de</strong> Epicuro, o qual engendrou um <strong>de</strong>us que, fixando residência<br />

no céu, 26 só se <strong>de</strong>leitava no ócio e nos prazeres. Visto, porém,<br />

que a insensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa natureza é <strong>de</strong> tal porte que não compreen<strong>de</strong>mos<br />

imediatamente o cuidado que Deus tem por nós, os santos<br />

aqui suplicam que ele se agra<strong>de</strong> em fornecer-lhes alguma evidência <strong>de</strong><br />

que ele não se esquecera <strong>de</strong>les nem se <strong>de</strong>longa em socorrê-los. Realmente<br />

<strong>de</strong>vemos crer com toda firmeza que Deus não cessa <strong>de</strong> nos amar,<br />

embora pareça o contrário; todavia tal é a certeza da fé, e não da carne,<br />

o que não nos é natural, 27 os fiéis familiarmente dão vazão diante <strong>de</strong><br />

Deus a este sentimento contrário que concebem do estado <strong>de</strong> coisas<br />

como se lhes apresenta à vista; e ao agir assim, liberam <strong>de</strong> seu peito<br />

aquelas emoções mórbidas que pertencem à corrupção <strong>de</strong> nossa natureza,<br />

em conseqüência do quê a então resplan<strong>de</strong>ce em seu caráter puro<br />

e nativo. Se porventura alguém objetar dizendo que a oração, por mais<br />

santa que seja, se corrompe quando alguma obstinada imaginação da<br />

carne se lhe mistura, confesso que isto é verda<strong>de</strong>, mas, ao usar esta liberda<strong>de</strong><br />

que o Senhor nos conce<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>remos que, em sua bonda<strong>de</strong><br />

e misericórdia, pelas quais ele nos sustenta, ele elimina esta falta, para<br />

que nossas orações não sejam contaminadas por ela.<br />

25. Pois nossa alma está humilhada no pó. O povo <strong>de</strong> Deus<br />

26 “Lequel estant au ciel.” – v.f.<br />

27 “C’est à dire, en nostgre sens naturel.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!