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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 51 • 419<br />

Aqui se formula a seguinte pergunta: Como o pecado se transmite<br />

<strong>de</strong> pais para filhos? E esta pergunta tem guiado a outra relativa à transmissão<br />

da alma, negando muitos que a corrupção possa <strong>de</strong>rivar-se dos<br />

pais para o filho, exceto na suposição <strong>de</strong> uma alma ser gerada da substância<br />

da outra. Sem preten<strong>de</strong>r entrar em tão misteriosas discussões,<br />

basta que sustentemos que Adão, em sua queda, foi <strong>de</strong>spojado <strong>de</strong> sua<br />

justiça original, sua razão foi obscurecida, sua vonta<strong>de</strong>, pervertida,<br />

e que, sendo reduzido a este estado <strong>de</strong> corrupção, trouxe filhos ao<br />

mundo semelhantes a ele em caráter. Se porventura alguém objetar,<br />

dizendo que essa geração se confina aos corpos, e que as almas jamais<br />

po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>rivar uns dos outros algo em comum, respon<strong>de</strong>ria que<br />

Adão, quando em sua criação foi dotado com os dons do Espírito, não<br />

mantinha um caráter privativo ou isolado, mas que era representante<br />

<strong>de</strong> toda a humanida<strong>de</strong>, que seria consi<strong>de</strong>rado como tendo sido dotado<br />

com esses dons em sua pessoa; e <strong>de</strong>ste conceito necessariamente se<br />

segue que, quando ele caiu, todos nós, juntamente com ele, per<strong>de</strong>mos<br />

nossa integrida<strong>de</strong> original. 6<br />

6. Eis que tu requeres a verda<strong>de</strong> no íntimo. Este versículo<br />

confirma a observação que já fizemos <strong>de</strong> que Davi estava longe<br />

<strong>de</strong> querer engendrar uma apologia para seu pecado, quando o retroce<strong>de</strong>u<br />

ao período <strong>de</strong> sua concepção, e que pretendia com isso<br />

reconhecer que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua própria infância já era her<strong>de</strong>iro da morte<br />

eterna. Ele assim representa toda sua vida como havendo sido<br />

odiosamente <strong>de</strong>stinada à con<strong>de</strong>nação. Longe também <strong>de</strong> imitar os<br />

que <strong>de</strong>nunciam Deus como sendo o autor do pecado e impiamente<br />

sugerem que Deus bem que po<strong>de</strong>ria ter dado ao homem uma natureza<br />

melhor, que no versículo que ora se acha diante <strong>de</strong> nós ele opõe<br />

o juízo divino à nossa corrupção, insinuando que a cada instante<br />

comparecemos diante <strong>de</strong>le, estamos convictos <strong>de</strong> ser con<strong>de</strong>nados,<br />

uma vez que nascemos em pecado, enquanto ele se <strong>de</strong>leita na<br />

6 Os conceitos <strong>de</strong> nosso autor sobre a doutrina do pecado original são mais plenamente <strong>de</strong>clarados<br />

em sua Instituição, Livro II. cap. 1.

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