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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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270 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

mente alguns se dispõem a aplicá-lo em termos mais gerais; pois após<br />

o regresso dos ju<strong>de</strong>us do cativeiro babilônico, raramente viveram livres<br />

<strong>de</strong> dolorosas aflições. Tal ponto <strong>de</strong> vista, indubitavelmente, não<br />

seria aplicável ao tempo <strong>de</strong> Davi, sob cujo reinado a Igreja <strong>de</strong>sfrutou<br />

<strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong>. É possível, também, que durante o tempo <strong>de</strong> seu cativeiro<br />

babilônico, um dos profetas tenha composto esta lamentação<br />

em nome <strong>de</strong> todo o povo. Ao mesmo tempo, contudo, é preciso observar-se<br />

que aqui se <strong>de</strong>screve o estado da Igreja, tal como <strong>de</strong>veria ser<br />

após a manifestação <strong>de</strong> Cristo. Paulo, em Romanos 8.36, como veremos<br />

mais adiante em seu <strong>de</strong>vido lugar, não enten<strong>de</strong>u este Salmo como<br />

uma <strong>de</strong>scrição do estado da Igreja em uma só época, mas nos adverte<br />

que aos cristãos se <strong>de</strong>stinam as mesmas aflições, e não se <strong>de</strong>ve esperar<br />

que sua condição terrena, até ao final do mundo, seja diferente<br />

do que Deus fez conhecido a nós, como se fosse à guisa <strong>de</strong> exemplo,<br />

no caso dos ju<strong>de</strong>us após seu regresso do cativeiro. Cristo, é verda<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>pois se manifestou como Re<strong>de</strong>ntor da Igreja. Ele contudo não dá<br />

a impressão <strong>de</strong> que a carne viveria em paz sobre a terra, senão que,<br />

ao contrário, que <strong>de</strong>flagraríamos guerra <strong>de</strong>baixo da ban<strong>de</strong>ira da cruz,<br />

até que fôssemos recebidos no <strong>de</strong>scanso do reino celestial. Quanto ao<br />

significado da palavra ‏,משכיל maskil, já foi exposto alhures. Ele é às<br />

vezes encontrado na inscrição dos <strong>Salmos</strong> cujo tema é a alegria; mas<br />

ele é mais comumente usado quando o tema trata <strong>de</strong> angústia; pois é<br />

um meio singular <strong>de</strong> levar-nos a tirar proveito da instrução do Senhor,<br />

quando, subjugando a obstinação <strong>de</strong> nosso coração, ele nos mantém<br />

sob seu jugo.<br />

[vv. 1-3]<br />

Ó Deus, temos ouvido com nossos ouvidos, nossos pais nos <strong>de</strong>clararam a<br />

obra que fizeste em seus dias, nos tempos da antigüida<strong>de</strong>. Tu expulsaste<br />

história dos ju<strong>de</strong>us com a qual se familiarizam, à qual a afirmação feita no versículo 17, seja tão<br />

aplicável quanto ao tempo quando foram tão cruelmente perseguidos por causa <strong>de</strong> sua religião,<br />

por Antíoco Epífanes, rei da Síria, e quando, não obstante, a gran<strong>de</strong> massa do povo exibiu uma<br />

invencível <strong>de</strong>terminação em se proteger das contaminações da idolatria e a<strong>de</strong>rir ao culto do verda<strong>de</strong>iro<br />

Deus.

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