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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 51 • 433<br />

algo propriamente <strong>de</strong>les, mas, ao contrário, eram vistos como que se<br />

apropriando <strong>de</strong> Cristo como o preço indispensável da re<strong>de</strong>nção. Era<br />

passivos, não ativos, nessa divina ministração.<br />

17. Os sacrifícios <strong>de</strong> Deus são um espírito quebrantado. Ele havia<br />

mostrado que os sacrifícios não possuíam tal eficácia em granjear<br />

o favor divino quanto os ju<strong>de</strong>us imaginavam; e agora ele <strong>de</strong>clara que<br />

não precisava trazer a Deus absolutamente nada além <strong>de</strong> um coração<br />

contrito e humilhado. Nada mais se faz necessário, por parte do pecador,<br />

além <strong>de</strong> prostrar-se suplicante pela divina mercê. Usa-se o plural no<br />

versículo para imprimir mais veemência à verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o sacrifício<br />

<strong>de</strong> arrependimento por si mesmo basta sem qualquer outro. Houvera<br />

ele dito que nada mais além <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> sacrifício era peculiarmente<br />

aceitável a Deus, os ju<strong>de</strong>us po<strong>de</strong>riam facilmente ter rebatido seu<br />

argumento, alegando que isso podia ser verda<strong>de</strong>, e no entanto outros<br />

sacrifícios são igualmente agradáveis aos olhos <strong>de</strong> Deus; justamente<br />

como os papistas em nossos dias misturam a graça <strong>de</strong> Deus com suas<br />

próprias obras, em lugar <strong>de</strong> se submeterem a receber o perdão gratuito<br />

<strong>de</strong> seus pecados. Com o fim <strong>de</strong> excluir toda idéia <strong>de</strong> pretendida satisfação,<br />

Davi apresenta a contrição <strong>de</strong> coração como compreen<strong>de</strong>ndo em<br />

si toda a soma dos sacrifícios aceitáveis. E ao usar o termo, sacrifícios<br />

<strong>de</strong> Deus, ele transmite uma tácita reprovação do hipócrita soberbo que<br />

põe um elevado valor em tais sacrifícios, os quais se <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> sua<br />

própria fantasia em qualquer autorida<strong>de</strong>, quando imaginam que, por<br />

meio <strong>de</strong>les, consegue propiciar a Deus. Aqui, porém, po<strong>de</strong> surgir certa<br />

dificulda<strong>de</strong>. “Se o coração contrito”, por assim dizer, “mantém uma<br />

posição mais elevada na estima <strong>de</strong> Deus do que todos os sacrifícios,<br />

não se conclui que adquirimos o perdão por nossa penitência, e que<br />

assim ele cessa <strong>de</strong> ser gratuito?” Eis minha resposta: Observo que Davi<br />

<strong>de</strong>sta vez não está falando da condição meritória pela qual alguém se<br />

apropria do perdão, mas, ao contrário, está asseverando nossa absoluta<br />

<strong>de</strong>stituição <strong>de</strong> mérito, ao impor humilhação e contrição <strong>de</strong> espírito,<br />

em oposição a toda e qualquer tentativa <strong>de</strong> se oferecer compensação<br />

a Deus. A pessoa <strong>de</strong> espírito quebrantado é aquela que se esvazia <strong>de</strong>

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