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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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312 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

quando nos <strong>de</strong>spirmos <strong>de</strong> nossa natureza terrena. Entrementes, aprendamos<br />

que negar-nos a nós mesmos é o princípio daquela sacra união<br />

que <strong>de</strong>ve existir entre nós e Cristo. As expressões, casa do pai e seu povo,<br />

indubitavelmente significam todas as corrupções que levamos conosco<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ventre <strong>de</strong> nossa mãe, ou as cultivamos dos maus costumes; sim,<br />

sob esta forma <strong>de</strong> expressão há compreendido tudo quanto os homens<br />

possuem <strong>de</strong> si mesmos; pois não há parte alguma <strong>de</strong> nossa natureza que<br />

seja sã ou isenta <strong>de</strong> corrupção.<br />

Faz-se necessário também observar-se a razão que se adiciona, a<br />

saber, que se a Igreja se recusa a <strong>de</strong>votar-se totalmente a Cristo, ela<br />

per<strong>de</strong> sua <strong>de</strong>vida e legítima autorida<strong>de</strong>. Pelo termo, culto, <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r<br />

não só a cerimônia externa, mas também, segundo a figura <strong>de</strong><br />

linguagem chamada sinédoque, um santo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r reverência e<br />

obediência. Queira Deus que esta admoestação, tão necessária, seja plenamente<br />

consi<strong>de</strong>rada! Pois a Igreja <strong>de</strong> Cristo seria, pois, mais obediente<br />

à sua autorida<strong>de</strong>, e nós não teríamos hoje tão gran<strong>de</strong> luta a sustentar em<br />

referência à sua autorida<strong>de</strong> contra os papistas, os quais imaginam que<br />

a Igreja não é suficientemente exaltada e honrada, a menos que, com<br />

<strong>de</strong>sabrida licenciosida<strong>de</strong> ela insolentemente triunfe sobre seu próprio<br />

esposo. Sem dúvida que nestas palavras atribuem suprema autorida<strong>de</strong><br />

a Cristo, dizendo que todo joelho se dobre diante <strong>de</strong>le, mas quando sustentam<br />

que a Igreja tem ilimitado po<strong>de</strong>r para promulgar leis, que outra<br />

coisa é isto senão entregar-lhe toda a ré<strong>de</strong>a e isentá-la da autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Cristo, a fim <strong>de</strong> que se lance a todo excesso segundo seu talante? Não suporto<br />

observar quão impiamente arrogam para si o título e <strong>de</strong>signação<br />

da Igreja. Mas é intolerável sacrilégio roubar a Cristo e então adornar<br />

a Igreja com espólios. Não é uma dignida<strong>de</strong> <strong>de</strong> somenos importância<br />

que a Igreja <strong>de</strong>sfruta ao sentar-se à mão direita do Rei, e uma honra<br />

<strong>de</strong> pequena monta ser ela chamada “a Mãe” <strong>de</strong> todos os santos, pois a<br />

ela cumpre nutri-los e mantê-los sob sua disciplina. Ao mesmo tempo,<br />

porém, é fácil <strong>de</strong> se <strong>de</strong>duzir das inúmeras passagens da Escritura que<br />

Cristo não eleva tanto sua própria Igreja que seja ele amesquinhado ou<br />

comunique um mínimo seque <strong>de</strong> sua autorida<strong>de</strong>.

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