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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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614 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

com o povo do Senhor, em aquiescência aos apelos gerais da palavra<br />

para que nos engajemos na oração. Com o fim <strong>de</strong> refrear este solene<br />

motejo, o salmista menciona a integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração como fator<br />

indispensável. Estou cônscio <strong>de</strong> que as palavras po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas<br />

como uma afirmação <strong>de</strong> sua própria retidão <strong>de</strong> conduta pessoal,<br />

como o encontramos amiú<strong>de</strong> advogando isto através <strong>de</strong> um apelo às<br />

provas visíveis e práticas <strong>de</strong> que Deus se manifestara em seu favor;<br />

mas seu objetivo primordial é evi<strong>de</strong>ntemente reforçar, pelo exemplo<br />

<strong>de</strong> seu próprio exercício, a proprieda<strong>de</strong> comum <strong>de</strong> aproximar-se <strong>de</strong><br />

Deus com um coração puro. Temos um texto bíblico paralelo em João<br />

9.31: “Sabemos que Deus não ouve a pecadores.” Em certo sentido,<br />

ele não ouve a ninguém senão a pecadores; pois todos nós <strong>de</strong>vemos<br />

conformar à gran<strong>de</strong> regra <strong>de</strong> recorrer a ele para a remissão <strong>de</strong> nossos<br />

pecados. Mas quando os crentes fazem uma franca confissão <strong>de</strong> culpa<br />

diante <strong>de</strong> Deus, com esse ato eles cessam <strong>de</strong> ser pecadores, porquanto<br />

Deus os perdoa em resposta às suas súplicas. Não <strong>de</strong>vemos esquecer-nos<br />

das palavras <strong>de</strong> Paulo: “O Senhor conhece os que são seus, e<br />

qualquer que profere o nome <strong>de</strong> Cristo aparte-se da iniqüida<strong>de</strong>” [2Tm<br />

2.19]. Além disso, levar em conta a iniqüida<strong>de</strong> no coração não significa<br />

ser cônscio <strong>de</strong> pecado – porquanto todo o povo do Senhor <strong>de</strong>ve perceber<br />

seus pecados e entristecer-se à vista <strong>de</strong>les, e isso é mais louvável<br />

que con<strong>de</strong>nável –, mas inclinar-se à prática da iniqüida<strong>de</strong>. Particularmente<br />

se refere ao coração, notificando que suas mãos não só estavam<br />

limpas, no sentido <strong>de</strong> estar inocente diante dos homens, mas que podia<br />

apelar para Deus como prova <strong>de</strong> sua integrida<strong>de</strong> interior. Quando<br />

o coração não correspon<strong>de</strong> à conduta externa, e arquiteta algum mau<br />

intento secreto, os homens po<strong>de</strong>m ser ludibriados com a mais bela<br />

aparência externa, mas a mesma constitui uma abominação aos olhos<br />

<strong>de</strong> Deus. O salmista afirma enfaticamente que suas orações haviam<br />

sido respondidas, e <strong>de</strong>vemos extrair a inferência <strong>de</strong> que jamais seremos<br />

<strong>de</strong>sapontados quando buscamos a Deus com sincerida<strong>de</strong>.<br />

20. Bendito seja Deus que não rejeitou minha oração. Ele conclui<br />

o Salmo, como o começara, com ações <strong>de</strong> graças, e apresenta a

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