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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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622 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

simplesmente com um leve movimento <strong>de</strong> sua mão. Concordo com<br />

outros intérpretes, os quais pensam que, aqui, o sentimento é tomado<br />

por empréstimo <strong>de</strong> Moisés [Nm 10.35]. 4 Po<strong>de</strong>ria haver pouca<br />

dúvida <strong>de</strong> que, ao indicar a forma <strong>de</strong> oração ali referida, tivesse<br />

um olho na instrução e conforto <strong>de</strong> todas as eras subseqüentes, e<br />

quisesse ensinar ao povo do Senhor a pôr confiadamente sua segurança<br />

na arca do concerto, a qual era o símbolo visível da presença<br />

divina. Po<strong>de</strong>mos notar a diferença, contudo, tendo Moisés pronunciado<br />

suas palavras a Deus na forma <strong>de</strong> oração, enquanto que Davi,<br />

ao contrário, expressa sua satisfação e <strong>de</strong>leite no que via, cotidianamente,<br />

cumprir-se ante seus próprios olhos. É verda<strong>de</strong> que alguns<br />

lêem: Levante-se Deus; tudo indica, porém, que compreen<strong>de</strong>m<br />

erroneamente o escopo do salmista. Ele quer dizer que a observação<br />

atestava a verda<strong>de</strong> que Moisés havia <strong>de</strong>clarado <strong>de</strong> bastar que<br />

Deus simplesmente se erguesse para que todos os seus inimigos<br />

se dispersassem diante <strong>de</strong> seu irresistível po<strong>de</strong>r. No entanto, não<br />

vejo quaisquer objeções à outra redação, contanto que a idéia ora<br />

mencionada seja mantida e as palavras sejam consi<strong>de</strong>radas como<br />

a comunicar que Deus não carece <strong>de</strong> nenhuma formação bélica<br />

para <strong>de</strong>sbaratar seus inimigos, e po<strong>de</strong> muito bem dispersá-los com<br />

um sopro. Somos levados a inferir que, quando seus inimigos, em<br />

qualquer tempo, granjearem alguma ascendência, é simplesmente<br />

<strong>de</strong>vido a um exercício da longanimida<strong>de</strong> divina; e que, por mais<br />

irados estejam, só lograrão êxito com sua permissão; o tempo <strong>de</strong><br />

Deus erguer-se virá inesperadamente. Há nesta circunstância muito<br />

conforto a ser extraído, ou seja: os que perseguem a Igreja são aqui<br />

4 Essa passagem contém as palavras que Moisés usava quando a arca começava a ser carregada<br />

em procissão. Sempre que o tabernáculo era <strong>de</strong>slocado, e os levitas marchavam adiante,<br />

carregando sobre os ombros a arca do concerto, e toda a hoste <strong>de</strong> Israel prosseguia em sua marcha,<br />

“Moisés dizia: Levanta-te, Senhor” etc. Martin observa que “o Deus a quem estas palavras<br />

iniciais do Salmo têm em vista é manifestamente o mesmo <strong>de</strong> quem se faz menção no versículo 18,<br />

dizendo que subiu às alturas e levou cativo o cativeiro. Ora, aquele <strong>de</strong> quem se diz ser, segundo a<br />

interpretação do apóstolo Paulo (Ef 4.8), Jesus Cristo, o Filho <strong>de</strong> Deus, claramente se <strong>de</strong>duz ser o<br />

Filho <strong>de</strong> Deus, o verda<strong>de</strong>iro Deus, Jehovah o eterno Deus, a quem o profeta tinha diante dos olhos<br />

no primeiro versículo e no restante do Salmo.”

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