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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 44 • 287<br />

todavia continuavam firmes em sua resolução e em seu reto caminho.<br />

Se consi<strong>de</strong>rarmos as aflitivas circunstâncias em que foram colocados,<br />

não nos parecerá um modo hiperbólico <strong>de</strong> falar, quando dizem que foram<br />

esmagados nas profun<strong>de</strong>zas do mar. Pois entendo on<strong>de</strong> habita os<br />

dragões, não os <strong>de</strong>sertos e lugares solitários, e, sim, os abismos mais<br />

profundos do mar. Conseqüentemente, a palavra ‏,תנים tannim, que outros<br />

traduzem por dragões, 19 eu, ao contrário, traduziria por baleias, 20<br />

como é também assim subentendido em muitos outros lugares. Esta<br />

interpretação é obviamente confirmada pela cláusula seguinte, na qual<br />

se queixam <strong>de</strong> que haviam sido cobertos com a sombra <strong>de</strong> morte, o que<br />

implica que haviam sido tragados pela própria morte. Entretanto, lembremo-nos<br />

<strong>de</strong> que nestas palavras o Espírito Santo nos prescreve uma<br />

forma <strong>de</strong> oração; e que, portanto, se nos or<strong>de</strong>na cultivarmos um espírito<br />

invencível vigor e coragem, o qual nos servisse <strong>de</strong> sustentação<br />

sob o peso <strong>de</strong> todas as calamida<strong>de</strong>s a que pudéssemos ser chamados<br />

a suportar, <strong>de</strong> modo que fôssemos capazes <strong>de</strong> testificar do fato <strong>de</strong><br />

que, mesmo quando reduzidos a extremo <strong>de</strong>sespero, jamais cessamos<br />

<strong>de</strong> confiar em Deus; que nenhuma tentação, por mais inesperada que<br />

seja, jamais po<strong>de</strong>rá expelir <strong>de</strong> nossos corações o temor <strong>de</strong> Deus; e, por<br />

fim, que jamais seremos tão esmagados pelo fardo <strong>de</strong> nossas aflições,<br />

por maior seja ele, quando temos nossos olhos sempre dirigidos para<br />

ele. Todavia, é oportuno notarmos ainda mais particularmente o estilo<br />

19 “Lequel les autres traduizent dragons.” Este é o sentido em que a expressão é entendida<br />

por diversos críticos eminentes. Aquila a explica assim: “Num lugar <strong>de</strong>serto on<strong>de</strong> se encontram<br />

gran<strong>de</strong>s serpentes”; e Bishop Hare, assim: “Em lugares <strong>de</strong>sertos entre animais selvagens e serpentes.”<br />

“O lugar <strong>de</strong> dragões”, observa o Bispo Mant, “parece significar o <strong>de</strong>serto; como ilustração<br />

do qual po<strong>de</strong>-se notar do Dr. Shaw que ‘víboras, especialmente no <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Sin, que po<strong>de</strong>m<br />

ser chamadas a herança dos dragões [veja-se Ml 1.3], eram muito perigosas e asquerosas; não só<br />

nossos camelos, mas os árabes que as observavam, a todo instante corriam risco <strong>de</strong> ser picados.’”<br />

Visto por este prisma, <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r a linguagem ou significando que os israelitas tinham<br />

sido expulsos <strong>de</strong> suas habitações e compelidos a habitar em algum <strong>de</strong>serto tenebroso infestado<br />

<strong>de</strong> serpentes, ou que os ferozes e cruéis perseguidores, em cujas mãos Deus os havia entregue, se<br />

comparam a serpentes, e que as circunstâncias em que as tribos escolhidas ora estavam colocadas<br />

assemelhavam-se às <strong>de</strong> um povo que caíra num <strong>de</strong>serto, on<strong>de</strong> nada ouviam senão o silvo <strong>de</strong><br />

serpentes e os uivos <strong>de</strong> animais ferozes em busca <strong>de</strong> sua presa.<br />

20 Williams traduz: “No lugar <strong>de</strong> monstros marinhos, talvez crocodilos”; e acredita que a alusão<br />

é a um naufrágio.

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