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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 57 • 497<br />

contexto prova ser este seu significado aqui, notificando Davi que ele<br />

celebraria os louvores <strong>de</strong> Deus tanto com a voz quanto com música<br />

instrumental. Ele <strong>de</strong>signa o primeiro lugar ao coração, o segundo à<br />

<strong>de</strong>claração com a boca, o terceiro aos acompanhamentos que estimulem<br />

maior ardor no serviço. Não muda muito se traduzimos o verbo<br />

äirah, Serei <strong>de</strong>spertado, ou transitivamente, Eu me <strong>de</strong>spertarei ‏,אעירה<br />

no alvorecer do dia. 11 Mas quem quer que realmente se <strong>de</strong>sperte para<br />

o exercício <strong>de</strong> louvar a Deus, somos aqui instruído que o mesmo será<br />

incansável em cada parte do <strong>de</strong>ver.<br />

9. Louvar-te-ei, ó Senhor, entre os povos. Visto que aqui se diz<br />

que as nações e os povos seriam os auditores do louvor que ele oferecia,<br />

<strong>de</strong>vemos inferir que Davi, nos sofrimentos expressos por todo o<br />

Salmo, representava Cristo. É importante observar como neste Salmo<br />

se prova que nosso próprio estado e caráter são posto diante <strong>de</strong> nós<br />

como num espelho. Que as palavras têm referência ao reino <strong>de</strong> Cristo,<br />

temos a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo como conclusivo [Rm 15.9], e <strong>de</strong> fato o<br />

po<strong>de</strong>mos suficientemente inferir no exercício <strong>de</strong> um juízo iluminado<br />

sobre a passagem. Proclamar os louvores <strong>de</strong> Deus a pessoas tais como<br />

os surdos seria um absurdo muito maior que cantá-los às rochas e aos<br />

pedregulhos; é portanto evi<strong>de</strong>nte supor-se que os gentios são levados<br />

ao conhecimento <strong>de</strong> Deus quando esta <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> seu nome se lhes<br />

dirige. Ele toca <strong>de</strong> leve no que <strong>de</strong>signou como a soma <strong>de</strong> seu cântico<br />

<strong>de</strong> louvor, quando acrescenta que o mundo inteiro está cheio da bonda<strong>de</strong><br />

e da verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Já tive ocasião <strong>de</strong> observar que a or<strong>de</strong>m na<br />

qual estas perfeições divinas são geralmente mencionadas é digna <strong>de</strong><br />

11 Hammond tem a redação: “Eu <strong>de</strong>spertarei a alva.” Dr. Ged<strong>de</strong>s, arcebispo Secker, Street e<br />

Fry, apresentam uma versão semelhante. “O verbo ‏,”אעירח diz Street, “está na conjugação Hiphil;<br />

e portanto transitiva; e a palavra השחר é o caso objetivo <strong>de</strong>la.” Quanto à tradução <strong>de</strong> ‏,שחר <strong>de</strong><br />

manhã, o arcebispo Secker diz: שחר“‏ em parte alguma é usada adverbialmente nem, creio eu, com<br />

uma elipse <strong>de</strong> ‏;”כ e observa que “Despertarei a alva é mais gramatical e poético.” Um pensamento<br />

similar ocorre freqüentemente na poesia. Por isso Ovídio diz: “Non vigil ales ibi cristat cantibus<br />

oris evocat auroram.” “O galo, ao cantar, não evoca a manhã ali.” E encontramos no allegro <strong>de</strong><br />

Milton as seguintes linhas:<br />

“Com freqüência se ouve como o cão e a corneta<br />

Alegremente <strong>de</strong>spertam a manhã sonolenta.”

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